Em sessão temática, especialistas alertam para impactos dos desastres climáticos

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O valor da pensão será distribuído entre os filhos que tiverem direito a ela. O texto vai à sanção presidencial.|Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

A seca atual da Amazônia acende um alerta especialmente preocupante quanto aos impactos dos fatores climáticos sobre a disponibilidade de água doce. O agravamento da estiagem pode dar início a um ciclo que se estenderá além de 2023, caso os rios não se recuperem antes da próxima estação de seca. Nesse cenário, os rios ingressariam em uma próxima estiagem com níveis baixos e com o clima ainda provavelmente influenciado pelo El Niño, o que tornaria possível a ocorrência de períodos de seca cada vez mais severos.

O alerta foi feito nesta quinta-feira (26) pelo senador Esperidião Amin (PP-SC) durante sessão de debates temáticos sobre os fenômenos climáticos e desastres naturais que atingem o Brasil. Promovida em Plenário por iniciativa dele e de outros senadores, a sessão contou com a participação de autoridades, como o vice-presidente da República Geraldo Alckmin, e representantes de entidades ligadas ao meio ambiente.

Esperidião Amin ressaltou que o ano de 2023 já garantiu lugar de destaque nos registros de evolução do clima no planeta, tendo em vista a ocorrência de eventos climáticos extremos em algum lugar do mundo, com a ocorrência de chuvas intensas, secas extraordinárias, temperaturas anormalmente altas ou excessivamente baixas.

“No Brasil não foi diferente. Em fevereiro, 64 pessoas morreram por causa das fortes chuvas no litoral norte de São Paulo. Em junho, também por causa das chuvas, mais de 16 mil pessoas ficaram desabrigadas no Sul do país. Em abril, as chuvas castigaram o Acre e a Bahia, e assim foi ao longo do ano, sem excluir o meu estado, que fica na região sul, Santa Catarina”.

As razões desses fenômenos são complexas, envolvendo tanto os fatores climáticos, que são cumulativos e de longo prazo, relacionados a mudanças climáticas, quanto fatores cíclicos e mais pontuais, como o conhecido El Niño, combinado com o aquecimento anormal das águas do oceano Atlântico, que foi observado este ano e pode ter parte de culpa na seca que afeta a Amazônia, disse Esperidião Amin.

“É necessário refletir sobre propostas que possam aprimorar ferramentas de prevenção e de reação, a fim de diminuir os efeitos negativos causados pelos desastres naturais que tantas vezes se seguem a esses fenômenos climáticos extremos. E quando consideramos a nossa capacidade de respostas aos desastres naturais, não devemos olhar apenas para eventos pontuais, devemos também começar a nos preparar para enfrentar desafios ainda mais graves associados com as mudanças climáticas, sejam elas determinadas por fatores mais estruturantes do clima planetário, sejam elas causadas por efeitos cíclicos como o El Niño”, afirmou.

Prevenção e mitigação

Em vídeo exibido durante a sessão, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços Geraldo Alckmin afirmou que as mudanças climáticas já são uma realidade que afeta a vida de milhões de pessoas, causando perdas humanas e materiais. Em todos os quadrantes do globo, a ocorrência desses fenômenos vem desafiando a capacidade de resposta e da sociedade tanto na prevenção de desastres como na mitigação de seus danos, afirmou.

Agência Senado

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