Onde não houver candidaturas fortes, partido pretende usar pesquisa
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, divergem sobre candidaturas em algumas capitais e ainda decidem qual é o melhor caminho para locais onde há reduto eleitoral mais forte. Em Campo Grande, o PL de Mato Grosso do Sul tem duas opções: lançar o deputado Marcos Pollon, que passou a comandar o diretório regional do partido, ou convencer o ex-deputado Capitão Contar (PRTB) a assinar ficha de filiação, para se candidatar a prefeito, em 2024.
O ex-presidente e Valdemar indicam que, em lugares onde não houver candidaturas fortes, será utilizado o método de pesquisa, como critério de desempate.
Esse não é o caso de Campo Grande, cidade com percentual significativo de eleitores conservadores e da ala bolsonarista. Um grande exemplo, em números, se dá pelas eleições de Pollon, deputado mais votado do Estado, e pelo bom desempenho de Capitão Contar, que ficou em 1º lugar no primeiro turno da eleição de governador em 2022, alcançando mais de 612 mil votos no segundo, tendo mais de 213 mil votos só em Campo Grande.
Sobre o futuro eleitoral do partido ou quem sairá como pré-candidato, o presidente regional Marcos Pollon pontuou que ainda é cedo para a tomada de decisão. “Ainda é muito cedo para cravar ou não a Prefeitura de Campo Grande. Tudo é questão de construção e colaboração do grupo. É uma decisão que envolve muitas pessoas e não é tomada de forma solitária. Eu não sou candidato de mim mesmo e, para construir isso, o projeto tem que ser sólido”, disse ele, que também reforçou que só será candidato se houver projeto e apoio.
Pollon foi indicado por Valdemar da Costa Neto e assumiu o comando do PL-MS no lugar do deputado Rodolfo Nogueira. Ele cita que pretende construir uma boa base, rumo às eleições. “Assumi a direção do diretório estadual e pretendo trabalhar a legenda, construindo um partido de direita com identificação ideológica presente e que se destaque por ter pessoas honestas e adeptas da nova política, que pretendam construir um Estado próspero e que combata firmemente a corrupção.”
Em relação ao ex-deputado Capitão Contar, o deputado, Marcos Pollon destaca que já fez convites de filiação mais de uma vez. A intenção dele é unir a direita em Campo Grande, para ter mais chances de vitória. “Há possibilidades de caminharmos com Contar, inclusive, já caminhei com ele durante a eleição do ano passado e o convidei, mais de uma vez, a entrar no PL.”
Por sua vez, Contar, que vem emplacando vaquinha e pedindo Pix para ajudar Bolsonaro apagar multas judiciais, divulgou que estaria, nessa semana, em encontro com o líder para falar de campanha. Segundo ele, o intuito é disputar a Prefeitura de Campo Grande, em 2024 ou o Senado, em 2026. “Estarei me reunindo com Bolsonaro, para alinharmos os projetos para as próximas eleições, de 2024 e 2026. É nosso propósito comum fortalecer a direita e trabalhar para eleger bons vereadores e prefeitos em todos os municípios e fazer um bom planejamento para 2026.”
Contar foi indicado por Bolsonaro no primeiro turno das eleições passadas e isso o fez chegar ao segundo turno, na disputa com o governador Eduardo Riedel. Por isso, Contar acredita que terá apoio do ex-presidente para mais um projeto. “Quero poder retribuir e apoiar futuros prefeitos(as) e vereadores(as) de direita, na Capital e também no interior.”
Pelo Brasil
Dentre as pretensões da direção nacional, é citado que em João Pessoa, por exemplo, Bolsonaro prefere o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, cuja cerimônia de filiação foi prestigiada por Valdemar. O dirigente partidário, no entanto, aposta no deputado federal Cabo Gilberto (PL-PB).
No Recife, o ex-presidente quer lançar o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado. Por não haver outro nome competitivo, Valdemar tende a apoiar a escolha. Em Goiânia, após impasse, os dois chegaram a um acordo: o candidato deve ser Gustavo Gayer (PL-GO) e o escolhido de Bolsonaro, o ex-deputado Major Vitor Hugo, deve concorrer em Anápolis (GO).
No Rio de Janeiro, embora a prerrogativa seja do ex-presidente, ambos coincidem pela candidatura do ex-ministro Braga Netto. Lá, Valdemar acredita que o recall da intervenção da segurança pública é um ativo importante e, provavelmente, o único capaz de abalar o favoritismo do atual prefeito, Eduardo Paes (PSD). (Com Folhapress)
[Rayani Santa Cruz – O ESTADO DE MS]
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