O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais, nesta quinta-feira (16), para comentar os assassinatos do indigenista Bruno Araújo e do jornalista britânico Dom Phillips. “Nossos sentimentos aos familiares e que Deus conforte o coração de todos”, disse o chefe do Executivo.
Segundo o Site R7, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado pela ministra Cristiane Britto, divulgou uma nota de pesar. “A pasta manifesta pesar pelo assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, que estavam desaparecidos desde domingo (5), na região do Vale do Javari, no Amazonas. O MMFDH enaltece o trabalho realizado pela Polícia Federal e pelas Forças Armadas, que rapidamente elucidaram o caso”, afirma.
Araújo e Phillips foram mortos no Vale do Javari, na região amazônica. Os restos mortais encontrados durante as buscas estavam a mais de 3 km do local do crime. Os corpos serão transportados de Atalaia do Norte, no Amazonas, para o Instituto de Criminalista da Polícia Federal, onde passarão por perícia – os resultados devem ser divulgados na próxima semana.
De acordo com a Polícia Federal, Amarildo dos Santos, conhecido como ‘Pelado’, um dos pescadores detidos, confessou ter matado Dom e Bruno, esquartejado os corpos e ateado fogo neles. O suspeito está preso com o também pescador Osoney da Costa, irmão dele. Os dois foram vistos por testemunhas perseguindo a lancha dos profissionais. O superintendente da PF, Eduardo Alexandre Fortes, afirmou que mais pessoas podem estar envolvidas no caso.
O caso
O jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira desapareceram em 5 de junho, enquanto realizavam entrevistas para a produção de um livro e reportagens sobre invasões das terras indígenas da região. Eles partiram rumo à cidade de Atalaia do Norte, mas não chegaram ao destino.
Com 8,5 milhões de hectares, a terra indígena fica no extremo oeste do Amazonas, na fronteira com o Peru, e abriga ao menos 14 grupos isolados, a maior população indígena não contatada do mundo.
A área é a segunda maior terra indígena do país – atrás apenas da Yanomami, com 9,4 milhões de hectares – e tem acesso restrito, feito apenas por avião ou barco, já que a região não possui rodovias nem ferrovias próximas. O Vale do Javari é pressionado há anos pela atuação intensa de narcotraficantes, pescadores, garimpeiros e madeireiros ilegais que tentam expulsar povos tradicionais da região.