Uma nova pesquisa do instituto Genial/Quaest, divulgada nessa segunda-feira (21), revela um cenário de forte desconfiança da população brasileira em relação ao Congresso Nacional e ao uso de emendas parlamentares. Segundo o levantamento, 51% dos brasileiros desaprovam o desempenho de senadores e deputados, enquanto 42% aprovam.
O estudo também mostra um alto grau de ceticismo quanto ao destino dos recursos públicos destinados por emendas parlamentares. Para 82% dos entrevistados, o dinheiro não chega aos municípios por conta de desvios ou corrupção. Apenas 9% acreditam que as verbas efetivamente beneficiam as cidades.
Perfil da aprovação e desaprovação
A avaliação do Congresso varia conforme sexo, faixa etária, escolaridade, renda e orientação política. As mulheres demonstram maior aprovação (44%) em relação aos homens (39%). Já entre os homens, a desaprovação atinge 55%.
Por faixa etária, os menores índices de aprovação (38%) estão entre pessoas com 60 anos ou mais — grupo que também lidera o número de indecisos (11%).
A aprovação do Congresso é mais alta entre pessoas com menor escolaridade (45% entre quem tem até ensino fundamental) e renda mais baixa (47% entre quem ganha até dois salários mínimos). Por outro lado, a desaprovação cresce entre os mais escolarizados (59% entre quem tem ensino superior completo) e os mais ricos (60% entre os que recebem acima de cinco salários).
Recorte político-eleitoral
A polarização política também influencia na percepção popular. Entre os que votaram em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022, a aprovação do Congresso chega a 48%. Já no grupo que se identifica como lulista ou petista, o índice sobe para 61%.
Em contrapartida, 60% dos bolsonaristas desaprovam o Congresso, número semelhante ao grupo de pessoas que se dizem “mais à esquerda”, mas não apoiam Lula nem o PT (59%). A maior taxa de desaprovação (55%) está entre aqueles que se abstiveram ou anularam o voto.
Emendas parlamentares: desconhecimento e desconfiança
A pesquisa também abordou a percepção dos brasileiros sobre as emendas parlamentares, recursos que deputados e senadores destinam a municípios. Apenas 9% acreditam que o dinheiro chega às cidades. Para a esmagadora maioria (82%), há desvio ou corrupção.
A desconfiança é maior entre homens (83%), pessoas de 35 a 59 anos (83%), com ensino superior completo (84%) e renda familiar superior a cinco salários mínimos (83%). Entre os eleitores que votaram branco, nulo ou não votaram em 2022, 84% compartilham essa visão crítica. Entre bolsonaristas e os “não-lulistas” de esquerda, o índice é ainda maior: 85%.
Quando questionados se sabiam que deputados e senadores têm R$ 50 bilhões em emendas, 72% dos entrevistados disseram não. Quanto à existência dessas emendas, 46% acreditam que parlamentares não deveriam ter esse poder, enquanto 38% defendem sua manutenção.
Metodologia
A pesquisa foi realizada de forma presencial entre os dias 10 e 14 de julho, com 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
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