Derrubada do aumento do IOF é recado contra alta de impostos, dizem deputados

Deputados do União Brasil Danilo Forte (CE) e Pauderney Avelino (AM) -Foto:  Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
Deputados do União Brasil Danilo Forte (CE) e Pauderney Avelino (AM) -Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

A decisão do Congresso Nacional de derrubar o decreto do governo que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi interpretada por parlamentares como uma resposta à insatisfação da população com o aumento da carga tributária no Brasil. A medida, que tinha sido editada pelo governo Lula (PT), foi rejeitada com apoio total da bancada do União Brasil.

“O que se viu na noite de ontem foi uma resposta do Congresso Nacional dizendo: ‘chega de aumentar impostos’”, afirmou o deputado Pauderney Avelino (AM), em entrevista ao SBT News. Segundo ele, o decreto foi elaborado sem diálogo com o Legislativo e afetaria ainda mais uma população já sobrecarregada pelos altos preços.

O deputado Danilo Forte (CE) também criticou a proposta, argumentando que o aumento do IOF agravaria os custos para trabalhadores e empresários. “Está inviável fazer negócio no Brasil hoje. A sobrecarga sobre o trabalhador está muito grande: supermercado, escola, transporte, roupas, alimentação. Tudo sobe, menos o salário”, destacou.

Segundo Forte, o problema fiscal não está na arrecadação, mas nos gastos públicos. “No ano passado, a arrecadação cresceu quase 10%, mas as despesas aumentaram 14%”, afirmou.

Ambos os parlamentares defenderam que o governo federal busque outras alternativas para equilibrar as contas públicas, como a redução de despesas, em vez de recorrer a novos impostos. “O governo vai ter que cortar gastos para resolver a sua questão de financiamento”, disse Pauderney.

Hugo Motta, Lula e Davi Alcolumbre – Foto: reprodução/Agência Brasil

A possibilidade de o governo judicializar a decisão do Congresso preocupa analistas políticos. Para o cientista político Cristiano Noronha, vice-presidente da consultoria Arko Advice, insistir em reverter a decisão no Judiciário pode agravar o desgaste político entre o Executivo e o Legislativo.

“Se o governo tentar derrubar essa decisão no Supremo, a relação com o Congresso vai ficar ainda mais difícil”, afirmou Noronha em entrevista ao programa Poder Expresso, do SBT News. Ele lembra que o relacionamento entre Lula e o Congresso já enfrenta tensões constantes, como no caso da liberação de emendas parlamentares.

Com a aproximação das eleições de 2026, o especialista acredita que o clima tende a se acirrar. “O Congresso está enviando um recado claro de que quer resolver a questão fiscal cortando gastos, não aumentando a arrecadação”, avaliou.

Para evitar uma crise maior entre os Poderes, Noronha recomenda que o governo cumpra os acordos feitos com o Congresso, evite críticas públicas ao Legislativo e esteja aberto a sugestões que levem ao corte de gastos. Segundo ele, o governo precisa construir soluções em conjunto, especialmente em temas sensíveis como impostos e controle fiscal.

 

Com informações do SBT News

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