A deputada estadual Beth Sahão (PT) apresentou uma denúncia ao Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo, alegando que o ato faz apologia à tortura. O idealizador da iniciativa é o deputado Frederico d’Ávila (PSL). Ele havia marcado a solenidade na Casa, em homenagem ao ditador chileno Augusto Pinochet, que governou o Chile entre 1973 e 1990.
A homenagem foi agendada para 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos e aniversário de morte de Pinochet, no Palácio Nove de Julho, sede do Legislativo estadual, no Ibirapuera. Após repercussão negativa, o presidente da Assembleia paulista, deputado Cauê Macris (PSDB), assinou um ato que barrou o evento.
De acordo com a deputada, ao tentar homenagear Pinochet, o parlamentar do PSL cometeu o crime de apologia à tortura. O motivo seria o fato de a ditadura Pinochet ter levado mais de 200 mil pessoas ao exílio e resultar em mais de três mil mortos, milhares de torturados, além de desaparecidos.
“Promover o ato em sua homenagem ou tentar a promoção de elogiar um criminoso internacional e festejar como um prenúncio de que os crimes praticados pelo ditador facínora, o autor da homenagem promove apologia aos seus crimes internacionais”, acusa a deputada.
Para ela, “o deputado em questão agiu intencionalmente para a produção da apologia aos crimes de tortura, terrorismo e genocídio contrariando de forma contumaz, enquanto autoridade pública as regras da legislação brasileira e seus pactos internacionais”.
Próximo do deputado federal Eduardo Bolsonaro, d’Ávila atuou na equipe de campanha de Jair Bolsonaro à Presidência como assessor do programa de Governo para o agronegócio. Ele foi eleito no ano passado para seu primeiro mandato. Sahão faz apelo ao Conselho de Ética para que avalie o caso e pede ainda, pena com perda de mandato do deputado do PSL.
(Texto: Julisandy Ferreira com informações da Isto É)