Confusão e BO geram tensão entre vereadores da Capital

Foto: Fotos: Izaias Medeiros/CMCG
Foto: Fotos: Izaias Medeiros/CMCG

Alírio Villasantti e Professor Juari protagonizam discussão em evento

Uma acalorada discussão entre os vereadores Alírio Villasantti (União) e Professor Juari (PSDB), na última quinta- -feira (3), gerou tensão nos ânimos no ambiente da Câmara de Campo Grande. Isso por conta da briga que ocorreu durante uma confraternização realizada na Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), em que a animosidade foi tamanha a ponto de resultar em um boletim de ocorrência registrado pelo Professor Juari, no dia seguinte, sexta-feira (4).

Segundo relatos de fontes próximas ao jornal O Estado, a discussão teve origem em divergências políticas a respeito da criação de um sindicato para as assistentes de educação infantil da cidade. Alírio Villasantti teria chegado ao local visivelmente exaltado, defendendo sua posição de que a criação do sindicato era viável. Ele teria se dirigido ao Professor Juari aos gritos, que contestou a viabilidade da iniciativa.

Ainda segundo fontes, a troca de palavras rapidamente escalou para um confronto mais intenso, levando outros parlamentares, como Marcos Tabosa (PDT) e Professor Riverton (PSD), a intervir para conter a situação e segurar o vereador Alírio.

Em entrevista ao jornal O Estado, Professor Juari destacou sua intenção de levar o caso até as instâncias judiciais mais altas, buscando uma punição efetiva para Alírio Villasantti, por meio da Comissão de Ética da Câmara. Ele também expressou preocupações sobre a postura de Villasantti, ressaltando que sua condição de policial militar aposentado e porte de arma suscitam dúvidas quanto ao comportamento do colega. O Professor Juari registrou o boletim de ocorrência alegando ameaça, injúria e difamação por parte de Alírio Villasantti. “Ele prometeu que ia abrir sindicato para as assistentes de educação infantil contratadas. Eu não sabia que era ele. Elas me procuraram e disse que no Brasil não existe sindicato para pessoas com processo seletivo. Aí gravei um vídeo dizendo isso. E ele apareceu lá, de forma extremamente agressiva e des respeitosa comigo e com os que estavam na confraternização. Todos que estavam em volta viram a atitude dele, em entrar gritando e me desrespeitando. Ele deveria reconhecer que errou e pedir desculpas, assim seguiríamos com nossas convicções.”

Tentativa de reconciliação

Após a discussão no evento, houve uma tentativa de reconciliação por meio de outros parlamentares próximos. No entanto, esses esforços foram, aparentemente, infrutíferos, já que uma nova discussão surgiu no grupo de WhatsApp dos vereadores, pois Alírio Villasantti não teria apresentado um pedido de desculpas, segundo relato de Juari. “Eu tentei conciliar. Mas ele continuou agindo da mesma maneira grosseira. O que estou discutindo aqui e que gerou o boletim de ocorrência não tem nada a ver com o processo seletivo ou com a possibilidade de sindicato, é a atitude dele, que agiu de forma desrespeitosa e não se retratou ou pediu desculpas. Nós vamos pedir punição na Comissão de Ética, seja uma advertência ou suspensão, mas não cassação. Queremos que a atitude dele seja revista, porque isso não pode acontecer entre parlamentares. Ele se mostrou uma pessoa desequilibrada e tem porte de armas, o que é preocupante.”

Versão de Alírio

Em contrapartida, ao jornal O Estado, Alírio Villasantti minimizou o incidente, caracterizando-o como uma “discussão política”. Ele negou ter adotado uma postura agressiva durante o episódio, enfatizando que a divergência de opiniões é comum na política.

Villasantti defendeu sua posição a respeito da criação do sindicato, argumentando que sua equipe realizou estudos que comprovam a viabilidade da iniciativa. Ele assegurou que sua conduta é pautada no respeito, conforme é conhecido por seus colegas.

“A discussão politica é normal. Houve divergência porque nós estamos criando um sindicato para as assistentes de educação infantil. Trabalho com essas meninas há 9 meses e ele diz que não é possível. E eu não sou mentiroso, minha equipe fez estudos e verificou que sim, que dá para criar esse sindicato. Eu discordei da posição dele e discutirmos por essa questão política. Quem me conhece sabe que minha postura é sempre de respeito”, disse Alírio Villasanti, que também encaminhou documentos indicando que entrou com processo para tentar abrir o sindicato.

 

Por – Rayani Santa Cruz

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