Com uma chapa única, CRM-MS alega ‘não trabalhar em cima de aparelhamento ideológico’

fOTO: Diferente de outros
Estados do país, CRMMS destaca que segue
na imparcialidade/Reprodução
fOTO: Diferente de outros Estados do país, CRMMS destaca que segue na imparcialidade/Reprodução

No cenário nacional, médicos alertam contra posicionamento de CRMs pela esquerda em eleições

As eleições dos novos membros dos CRMs (Conselhos Regionais de Medicina) – que representam o CFM (Conselho Federal de Medicina) em âmbito estadual – previstas para os próximos dias 14 e 15 de agosto, poderão ser determinantes para o posicionamento ideológico desses órgãos. No entanto, em Mato Grosso do Sul, o cenário é diferente. Faltando 26 dias para as eleições, de acordo com o CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul), com chapa única, o Conselho do Estado não visa nenhuma ideologia.

Atualmente, o CFM é alvo de críticas de médicos alinhados à agenda esquerdista, por resistir à ideologia e aos excessos da indústria farmacêutica. Chapas com esse viés querem ter mais poder dentro dos CRMs.

A ofensiva desses profissionais pode pavimentar o caminho para a futura ocupação do CFM, já que é comum que membros do Conselho Federal tenham passado, anteriormente, por Conselhos Regionais.

trabalha em cima de ideologia de nada. Pelo menos aqui, no Estado, o órgão trabalha seguindo as normativas e resoluções previstas pela norma, mas não fica em cima de nada relacionado à ideologia. Cada Conselho Regional tem suas particularidades. Diante disso, a atuação é de uma forma bastante independente quanto a isso”, explicou o CRM-MS, por meio de nota.

À reportagem, o órgão pontuou que o Conselho de MS é composto por profissionais de diferentes posicionamentos políticos. O que não interfere na execução de seus cargos conquistados. “Compondo o CRM-MS estão membros/conselheiros, os quais cada um tem um tipo de posicionamento, sendo uns mais de direita e outros que são mais de esquerda

No entanto, isso não interfere no trabalho que eles têm de fazer e nas ações regionais, que é a fiscalização e cartorário”, salientou.

Para alguns membros do Conselho Federal, as eleições podem ser definidas por médicos recém-formados, e que isso poderia, em tese, facilitar a ascensão da esquerda nos Conselhos Regionais, tendo em vista a militância exercida por professores nas universidades.

Por outro lado, outros membros não consideram que os mais jovens sejam a principal ameaça, já que o histórico de eleições passadas mostra uma baixa participação desses probaixa participação desses profissionais no pleito. 

A eleição para os CRMs tem sido motivo de preocupação para muitos médicos, principalmente depois da interferência política e midiática da qual diversos profissionais foram vítimas, durante a crise sanitária causada pela covid-19 nos últimos anos. Além de criminalizar tratamentos, autoridades atacaram a autonomia médica.

Para o presidente do CRM- -MS, José Jailson de Araújo Lima, apesar de MS ter chapa única, no contexto das eleições é importante que os médicos de outros Estados analisem o perfil dos candidatos antes de votarem para sua região, sem se deixar levar pela popularidade de determinado postulante, levando em conta o posicionamento em relação a questões importantes para a categoria.

“Além de um profissional competente, é preciso ver as outras questões relacionadas ao que ele entende. É preciso conhecer os posicionamentos sobre temas como carreira de Estado, médicos do SUS, o programa Mais Médicos, revalidação automática etc. São questões essenciais para definir como o representante vai atuar dentro do Conselho”, reforçou o presidente.

À reportagem, ele ainda ressaltou que a entidade não tem nenhum vínculo ou posicionamento partidário, atuando, assim, de forma imparcial.

PLEITO EM FORMATO ON-LINE

A eleição CRM-MS 2023, regulamentada pela resolução CFM nº 2.315/22, será realizada pelo Conselho Federal e, pela primeira vez, pela internet. A votação ocorrerá nos dias 14 e 15 de agosto, das 8h às 20h (horário de Brasília). Serão eleitos 20 conselheiros titulares e 20 suplentes para cada Conselho Regional para a gestão 2023-2028. Os órgãos são encarregados de fiscalizar e normatizar a prática médica em âmbito estadual.

Poderão votar os médicos ativos que estiverem com seus dados cadastrais atualizados e em situação regular no CRM- -MS, quanto a débitos de qualquer natureza, até 7 de agosto deste ano. Os profissionais poderão verificar sua situação.

O presidente do CRM-MS, José Jailson de Araújo Lima, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela lei nº 3.268/57, regulamentada pelo decreto nº 44.045/58; considerando o art. 7º, de 12 de maio de 2022, que dispõe sobre as instruções para a eleição dos membros titulares e suplentes do conselho federal, gestão 2023-2028, designa os médicos abaixo nominados para comporem a Comissão Eleitoral do CRM-MS: presidente – Lúcio Mário da Cruz Bulhões (CRM-MS 1507); secretário – Marcos Paulo Tiguman (CRM- -MS 1295); secretário – Sérgio Renato de Almeida Couto (CRM-MS 2037).

CFM RESISTIU A PRESSÕES IDEOLÓGICAS 

Enquanto medidas draconianas eram impostas à população durante a pandemia, mesmo sem comprovação científica de eficácia, o CFM atuou como um fiel da balança em diversos momentos e se insurgiu contra o “sequestro” ideológico da medicina. 

Na fase aguda da crise, em 2021, o Conselho Federal defendeu a autonomia do médico de decidir – junto com o paciente – o que fazer em cada caso de pessoa infectada pela covid-19.

 Ao mesmo tempo, o CFM resistiu à tentativa de proibição do uso de medicamentos off label (fora da bula), pois, apesar da pouca informação que se tinha sobre a doença, diversos medicamentos que foram usados no tratamento precoce são conhecidos da medicina há décadas. 

Além disso, o Conselho Federal tem se posicionado, com base em evidências médicas, contra pautas impostas pela esquerda, a exemplo da resistência da entidade ao movimento da indústria que quer liberar a maconha sob pretexto de benefícios medicinais. 

O CFM também tem assumido um importante papel ao alertar contra cirurgias de transição de gênero em crianças e o movimento antimanicomial, que poderá colocar nas ruas milhares de criminosos nos próximos anos.

Por – Brenda Leitte 

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