Após anúncio de que Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) havia autorizado um possível reajuste de cerca de 16% nas contas de energia elétrica dos consumidores sul-mato-grossenses, o deputado estadual Capitão Contar apresentou nesta terça-feira(5) uma indicação solicitando que a Aneel junto ao Conselho de Consumidores da Área de Concessão da Energisa MS – CONCEN/MS, reveja a decisão e suspenda quaisquer reajustes de tarifas referentes à energia elétrica, tendo em vista o processo de recuperação econômica gradual que o país enfrenta neste momento.
A indicação tem como objetivo impedir que a população seja mais uma vez onerada com mais um aumento na tarifa de energia. Na justificativa, Capitão Contar pontua os problemas econômicos já enfrentados pelos consumidores com os impactos econômicos da pandemia por Covid-19 e com a disparada do preço dos combustíveis que vem refletindo no orçamento familiar.
“Vivemos um momento de retomada da economia após quase dois anos e meio de pandemia. Com esse olhar solicitamos que a Aneel tenha sensibilidade e negue qualquer reajuste de Energia agora. Para isso, basta conferir o aumento dos lucros da Energisa. Mesmo com a pandemia, a empresa bateu recordes de lucros, sendo assim entendemos que seja plenamente possível uma colaboração da concessionária para amenizar o impacto dos custos da energia para consumidor final”, defendeu Capitão Contar.
O parlamentar aponta também que, mesmo com medidas tomadas para tentar conter o aumento da energia elétrica, como por exemplo, a questão do ICMS sobre a bandeira tarifária vermelha, o custo da tarifa se mantém em reajuste elevado.
Por fim, Capitão Contar destaca que somente no ano passado a Energisa Mato Grosso do Sul teve lucro líquido de R$ 3,1 bilhões. No começo do ano de 2021, em plena pandemia, a Energisa lucrou R$ 873,3 milhões só no primeiro trimestre — um crescimento de 50,1%. Já no segundo trimestre, o lucro foi de R$ 749 milhões e no terceiro trimestre aumentou para R$ 863,9 milhões. O lucro líquido no quarto trimestre de 2021 foi de R$ 582,6 milhões. O valor é 203,4% maior que no mesmo período de 2020, com R$ 192 milhões. No acumulado do ano, a Energisa somou R$ 3,06 bilhões, alta de 90,9% em comparação a R$ 1,60 bilhão de 2020.
O valor considerado de 16% de aumento é calculado sobre a inflação acumulada dos últimos 12 meses pelo IGP-M (Índice Geral de Preços ao Consumidor), usado como base para os reajustes.
A reunião ordinária que homologaria o reajuste aconteceu na última terça-feira (5) com previsão da vigência do reajuste para o dia 8 de abril. Agora, a nova reunião deve acontecer na terça-feira anterior ao dia 30 de abril, nova data fixada para vigência do aumento.