A Câmara Municipal de Campo Grande reuniu, na manhã desta sexta-feira (07), atletas, dirigentes e desportistas para discutir os rumos do futebol profissional de Mato Grosso do Sul. O debate foi convocado pela Comissão Permanente de Educação e Desporto, composta pelos vereadores Prof. Juari (presidente), Valdir Gomes (vice), Beto Avelar, Ronilço Guerreiro e Prof. Riverton.
Um dos focos da audiência foi a FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul). O vice-presidente da FFMS, Alfredo Zamlutti Júnior, criticou a intervenção na entidade.
“Ele [Cezário] tocava a Federação do jeito que ele queria. Cada um responde por seus atos. Fico triste, pois ele está doente. Não digo que ele é culpado, não sou juiz. Cada um tem direito a sua defesa. Mas, intervenção é um ato de força e antidemocrático. O futebol vai parar com essa intervenção. Não é por aí que vamos reconstruir o futebol. A assembleia é quem define quem vai continuar, se vai convocar nova eleição”, afirmou.
Para o presidente da Portuguesa, Gilmar Ribeiro da Silva, é preciso união dos clubes neste momento. “Estamos no momento de escrever uma nova história para o futebol de Mato Grosso do Sul. Tocar o futebol aqui não é fácil. Todo presidente de Liga ou de clube sabe como é difícil. Não temos incentivos das empresas. Estamos em um momento importante. Peço a todos muita sabedoria neste momento, pois temos que nos unir e entrar em consenso para decidir o que é melhor para nosso futebol”, defendeu.
Já o presidente do Vila Nova, Jorge Dauri de Oliveira, foi mais crítico à gestão de Cezário à frente da FFMS. “Todos sabiam do desmando do Cezário e sua quadrilha, todos sabiam e foram coniventes, pois ninguém se levantou para defender. O TJD, na minha época, era o puxadinho da Federação. Denunciei até pagamento de cirurgia de varizes pro Cezário, de 5 mil reais. Se não mudar, e ficar uma federação com dez vices, todos presidentes de clube, que mudanças vocês querem?”, questionou.
O presidente do Operário, Nelson Antônio da Silva, afirmou que o momento é de desenvolver o futebol sul-mato-grossense. “Os times da Capital não possuem estrutura alguma. Temos muita dificuldade para montar uma equipe competitiva por falta de estrutura, de campo, de estádio. A prática do futebol em Mato Grosso do Sul, não é de hoje, é muito difícil. Temos que aproveitar o momento para, com sabedoria, colher novos frutos daqui a alguns anos. Todos temos o dever de conduzir os destinos da Federação de Futebol”, citou.
Em sua fala, o vereador Júnior Coringa defendeu a alteração do Estatuto da entidade e a participação de todos no processo de reconstrução do futebol local. “A culpa não é só do Cezário. Todos nós temos um pouquinho de culpa nesse processo do nosso futebol. Onde estavam os outros? Não quero julgar ninguém. Mas, antes de definir um novo presidente da Federação, é preciso discutir o Estatuto da entidade. Sem oposição, não existe democracia”, afirmou.
Para o vereador Otávio Trad, a melhor saída para o futebol é unir setor privado com o poder público. “Nós temos o poder de cobrar, mas não de executar. Tudo que está dentro da nossa alçada para apoiar o futebol, temos feito. Não vejo outra saída para o futebol sul-mato-grossense a não ser a união do poder público com o setor privado. Não adianta o poder público ajudar e não termos um profissionalismo dos clubes”, disse.
Já o presidente interino da FFMS, Estevão Petrallás, se defendeu das críticas que vem sofrendo e pregou união dos cartolas. “A CBF me intimou. Ninguém deu golpe, não me interpretem assim. Chego aqui, e os companheiros acharam ruim, falando que o Estevão deu golpe. De repente, eu não sirvo. Começaram a me atacar no lado pessoal. Me deem a chance para que eu trabalhe 90 dias. Faço um compromisso de vir aqui e mostrar o que eu fiz. Eu vou fazer o que sei fazer, que é trabalhar. Estou muito certo que vou poder ajudar”, garantiu.
Com informações da Câmara Municipal de Campo Grande