Bharat Biotech confirma ligação com empresa de Singapura e nega malfeitos

Covaxin
Crédito: divulgação

A Bharat Biotech, laboratório indiano que produz a Covaxin, confirmou que tem ligação com a empresa de Singapura citada na CPI da Covid no Senado, a Madison Biotech. Segundo comunicado enviado ao UOL, a Madison Biotech é “uma empresa do grupo Bharat Biotech”. O laboratório indiano também negou “qualquer ilegalidade no fornecimento da Covaxin”. Singapura é conhecida por ser um paraíso fiscal.

A relação entre a Bharat Biotech e a Madison Biotech foi revelada pelo UOL na sexta-feira (25). Documentos do órgão que regula atividades empresariais em Singapura, acessados pela reportagem, mostram que um dos diretores da Madison Biotech é Krishna Ella, fundador e presidente da Bharat Biotech. Outro diretor é Raches Ella, também da Bharat Biotech, que liderou o estudo clínico da Covaxin.

“Ao longo dos últimos 25 anos, o Dr. Krishna Ella fundou ou adquiriu mais de uma dúzia de empresas. Isso inclui a Madison Biotech, uma empresa do grupo Bharat Biotech que ele [Krishna Ella] fundou em 2020 para vendas globais e marketing de vacinas e pesquisa e desenvolvimento. Mais de 3.000 pessoas são empregadas por essas organizações”, diz nota da empresa, enviada ao UOL após a publicação da reportagem, “A Bharat Biotech e todas as empresas do grupo seguem os mais altos padrões de conformidade e são regidas por um código muito rigoroso de práticas éticas e governança corporativa”, continua a nota.

Usar paraísos fiscais não é ilegal, mas “pode favorecer mecanismos de abuso fiscal e de corrupção”, explicou Grazielle David, doutouranda em economia na Unicamp (Universidade de Campinas) e coordenadora de política e campanha na organização Global Alliance for Tax Justice. David defendeu ainda que o uso de paraíso fiscal para vender a Covaxin fosse investigado tanto no Brasil quanto na Índia.

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