Bancada feminina de MS promete até R$ 16 mi de investimentos em aldeias

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Projeto prevê a construção de uma Casa da Mulher Brasileira no interior de MS

Responsáveis por levar a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, para o encontro da última quinta-feira (26) com os responsáveis pelas aldeias indígenas de Dourados, as parlamentares de Mato Grosso do Sul prometeram no encontro se empenhar para liberar verbas de R$ 16 milhões para investimentos nas aldeias Bororó e Jaguapiru.

A situação precária das aldeias ganhou notoriedade após a morte da menina Raíssa da Silva Cabreira, 11 anos, jogada de uma altura de 20 metros após sofrer um estupro coletivo, no último dia 9.

Cinco acusados pelo crime foram detidos pela polícia. Três deles são adolescentes. Um dos adultos, Elinho Arevalo, 34, era tio da vítima e a estuprava desde que ela tinha 5 anos. No último dia 12, ele se suicidou na cela da Penitenciária Estadual de Dourados, onde estava preso.

Segundo a polícia, Raíssa e seus agressores estavam consumindo bebidas alcoólicas. Levantamento de especialistas em saúde indígena apontam que cerca de um em cada cinco dos quase 20 mil habitantes das reservas indígenas de Dourados, a maior em área urbana do país, tem algum tipo de vício.

Segundo a deputada federal Rose Modesto (PSDB), o dinheiro tem indicação de investimentos nas aldeias com projetos sociais, incentivo à produção de culturas, esporte, lazer e recursos para aumentar a segurança na região.

Parte do montante, cerca de R$ 3 milhões, será destinada para a construção da Casa da Mulher Brasileira, local de atendimento específico para mulheres vítimas da violência, próximo das aldeias, no intuito de levar proteção às mulheres e meninas indígenas. O prefeito de Dourados, Alan Guedes (DEM), já se comprometeu em viabilizar uma área próxima para a construção.

Também está na pauta das parlamentares reativar espaços públicos inaugurados na região e abandonados atualmente, como a Vila Olímpica Indígena e o Centro Cultural.

“Ficamos todos impactados com a triste realidade em que os povos originários da região estão vivendo. Falta saúde, educação, lazer, assistência, alimento… A falta de segurança também preocupa, uso de álcool e drogas são frequentes”, disse Rose.

Conforme O Estado revelou na edição de ontem (27), se não fossem as poucas plantações de mandioca existentes e alguns moradores usando adereços culturais típicos dos indígenas, as aldeias de Dourados não diferem muito das muitas favelas existentes no Brasil. Uma rotina de violência, miséria e degradação social.

“É um problema que desemboca na segurança pública, mas que tem sua origem em todas as outras áreas. Por isso é fundamental que haja diálogo e coordenação de ideias, propostas, para melhorar a vida das pessoas como um todo, não só encher de polícia as aldeias”, disse Antônio Carlos Videira, secretário estadual de Segurança Pública.

(Texto:Rafael Ribeiro)

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