Azambuja vai deixar R$ 2,3 bi em crédito para Eduardo Riedel

Governo transição
Foto: Saul Schramm

Governador ainda destacou medidas amargas para render frutos

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) destacou durante reunião de transição realizada ontem (17), junto ao governador eleito, Eduardo Riedel (PSDB), que deixará a gestão em 2023 com fluxo de caixa e contas em dia, e com crédito de empréstimo junto com aval do Tesouro Nacional de quase R$ 3 bilhões. O nome da composição da equipe de transição será oficializado no Diário Oficial desta sexta-feira (18).

“A próxima gestão vai ter um crédito disponível, se quiser para empréstimo e com aval do Tesouro Nacional de R$ 2,360 bilhões. E a nova gestão é quem vai definir se vai buscar com bancos internacionais ou o BNDES”, disse Azambuja.

Com a situação fiscal de MS positiva, Azambuja destacou pontos da transição, que o Estado é um dos únicos a ter tido aumento no PIB em 2020, ano em que a pandemia afetou diretamente a economia do país, e que o fato de ser Capag (Capacidade de Pagamento) A deixa o Estado com situação econômica ainda mais tranquila.

“Vamos fazer uma transição dentro daquilo que preconiza a lei. Com todos os documentos e relatórios entregues. As obras que ficarem sem finalização terão os recursos disponíveis em conta, e isso dá tranquilidade para Eduardo Riedel assumir, em janeiro, com esses investimentos andando e com a capacidade fiscal extremamente saudável. Você ser Capag A abre crédito para fazer empréstimos e mais investimentos. Acho que o grande desafio para a equipe do Riedel é manter essa situação fiscal, essa capacidade de endividamento e esse equilíbrio fiscal do Estado”, disse.

“Deixo o mandato com sentimento de que cumprimos um papel importante para Mato Grosso do Sul. Enfrentamos a crise de 2015, 2016 e três anos de pandemia com o maior crescimento de PIB, com investimento privado, como Estado que mais emprega e com situação fiscal que vai permitir que o Eduardo garanta a continuidade dos trabalhos das politicas públicas, com um social forte, regionalização da saúde, reestruturação da segurança pública e políticas que construímos para o Estado. Fizemos um grande esforço e tivemos um reconhecimento pela eleição do Eduardo de que vale a pena governar com responsabilidade.”

Coordenador de transição

Na reunião foi divulgado que o vice-governador eleito, José Carlos Barbosa, o “Barbosinha” (PP), é quem vai coordenar a equipe de transição de Riedel e que o grupo será formado por oito membros, sendo 4 da atual administração e mais 4 indicados pelo futuro chefe do Executivo estadual.

O governador eleito Eduardo Riedel destacou que o grupo tem o prazo até o dia 16 de dezembro para apresentar as propostas e as conclusões. Riedel disse ainda que toda a sociedade será ouvida, assim como foi durante a campanha. Segmentos da economia, da área social, servidores, para que se tome conhecimento das necessidades e se crie ambiente para execução. Riedel lembrou que MS possui um modelo de secretarias muito enxuto em relação a outros estados do país, mas que ainda não pode afirmar se essa forma continuará na gestão dele.

“A gente já tem um modelo muito enxuto de secretarias, e a gente tem em mente algumas transformações, mas a comissão de transição vai se debruçar sobre isso ainda, para ver se tem possibilidade. É difícil dizer se vai aumentar ou diminuir alguma secretaria. Prefiro aguardar para avaliarmos dentro daquilo que temos e vai ser com certeza uma equipe enxuta e de resultados.”

Riedel elogiou Azambuja e disse que o legado de entregas é extenso. “O governador Reinaldo deixa um legado de muita responsabilidade com a sociedade, de entregas por meio da capacidade de investimento, de resultados no modelo da saúde. Então tudo isso foi buscado ao longo do tempo com muito esforço”, ressaltou.

Secretariado será definido após 16 de dezembro

Riedel destaca que os nomes dos secretários serão anunciados após o término dos trabalhos da comissão de transição. Disse ainda que a equipe será composta com cunho técnico, político e profissional.

“Vamos manter vários aspectos de modelo de gestão, de municipalismo. Agora, as coisas são dinâmicas e onde houver espaço para buscar melhoria, ganho de eficiência e setores que querem buscar algumas alternativas vamos abrir espaço para isso. Quem está gestor deve estar atento para fazer com que as estruturas respondam a todas essas questões. Cada um tem o estilo e jeito de trabalhar, as políticas públicas exitosas e merecedoras deste governo irão permanecer e o que precisar mudar para ganhar eficiência, vamos mudar.”

Assembleia

Sobre a relação com os 24 deputados da Assembleia Legislativa, o governador eleito disse que a relação será harmônica e com independência. Ele citou que os Poderes são distintos e não pretende interferir na composição da Mesa Diretora, vai acompanhar e aguardar o que o Legislativo decidir.

Sobre possíveis projetos que tenham necessidade de ser apresentados ainda nesta administração, vai aguardar os trabalhos da comissão de transição e se houver necessidade, junto com o governador Reinaldo Azambuja, poderá apresentar propostas para o início do governo, ainda para esta legislatura, antes do encerramento dos trabalhos no mês de dezembro.

Governo federal

Eduardo Riedel disse que vai conversar com o novo governo eleito ao Palácio do Planalto, com os ministérios, para buscar alternativas para Mato Grosso do Sul.

“O Governo Lula está sendo estruturado também nessa transição, e vamos trabalhar diretamente com o presidente e com os ministérios pelo bem do Estado. Temos essa responsabilidade em torno dos objetivos da sociedade. Entendo com naturalidade e como normal ter essa visão para contribuir com o desenvolvimento do Estado e do Brasil.”

Fórum de governadores

O governador Reinaldo Azambuja pontua que todos os próximos governadores do país terão muitos desafios já que existe desequilíbrio fiscal em razão das mudanças tributárias que ocorreram pelo Congresso Nacional referente ao ICMS este ano, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ele disse que o Fórum de governadores atuais e eleitos faz reunião, provavelmente em 7 de dezembro, e que o grupo fará uma pauta em comum para apresentar à equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Por Rayani Santa Cruz e Alberto Gonçalves – Jornal O Estado de MS.

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