Partidos negociam nova reorganização partidária com fusões e federações para as eleições de 2026
Uma das tratativas que mais chama atenção é a possível fusão entre o Progressistas (PP), União Brasil e Republicanos. Caso se confirme, essa federação seria a maior força política no Congresso, com 153 deputados e 17 senadores. Em Nova Andradina, a aliança “uniria”, ao menos temporariamente, lideranças rivais, como o secretário de Finanças, Hernandes Ortiz (PP) e o deputado estadual Roberto Hashioka (União Brasil), além do vereador William Moraes (Republicanos).
A reorganização partidária também pode influenciar diretamente as forças políticas já consolidadas em Nova Andradina. A federação atual do PT com PV e PCdoB, que garantiu apoio crucial para eleger dois vereadores petistas – Josenildo Ceará e Adelar Belo –, está sob ameaça. O PV, que contou com um dos candidatos mais votados da federação, cogita deixar o bloco, o que enfraqueceria o PT e aumentaria o desafio para manter a representatividade e alianças no legislativo local.
Outro impacto pode vir da reestruturação do PSDB. Em cenário nacional, o partido analisa duas possibilidades: a fusão com o PSD ou a formação de uma federação com Solidariedade e Podemos. Caso o PSDB se integre ao PSD, em Nova Andradina, o grupo ligado ao prefeito Dr. Leandro (PSDB) e ao secretário Hernandes Ortiz, que também exerce influência no PSD, poderia se consolidar como uma força única. Já a segunda opção uniria Dr. Leandro e os vereadores Alemão da Semente e Deildo Piscineiro (PSDB) com Luciano Leal e Marcia Lobo (Podemos).
As movimentações refletem a busca por sobrevivência partidária e maior influência nas eleições de 2026. O modelo de federações, experimentado pela primeira vez em 2022, obriga os partidos a atuarem como um único bloco por quatro anos. No caso de Nova Andradina, essas mudanças podem impactar desde a composição das bases de apoio do governo municipal até as candidaturas para a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados.
Busca por espaço
As mudanças ocorrem em um cenário onde os partidos tentam não perder espaço diante das readequações que estão sendo feitas na Cláusula de Barreira, desde sua implementação em 2017 com o ápice previsto para 2030.
Correndo o risco de não atingir a cláusula de barreira, os partidos planejam acordos nas administrações nacionais, obrigando estados e municípios a cumprirem os mesmos. Um dos partidos que podem recorrer a uma federação ou fusão é o PSDB, que fez dezenas de prefeitos em Mato Grosso do Sul, mas diminuiu o número de eleitos no restante do país, o que pode prejudicar no acesso de recursos do Fundo Partidário e à propaganda gratuita em rádio e televisão, caso não alcancem um dos critérios de desempenho.
Conforme o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o partido deve eleger pelo menos 11 deputados federais, distribuídos em pelo menos nove unidades da Federação; ou ter, no mínimo, 2% dos votos válidos nas eleições para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos nove unidades da Federação, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada um deles.
Por Laureano Secundo
Confira as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram