O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter as prisões preventivas do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, e do general Mário Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro. Os dois são investigados em relação à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
A decisão de Moraes negou os pedidos das defesas para liberação dos acusados. O caso de Braga Netto está sob sigilo, e o general encontra-se preso desde 14 de dezembro. O mandado de prisão preventiva foi emitido pelo ministro a pedido da Polícia Federal (PF), após indícios de que o ex-ministro teria tentado interferir nas investigações relacionadas à delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Braga Netto é acusado de tentar obter informações sobre a colaboração premiada de Mauro Cid por meio de contatos com o pai do delator, Mauro César Lorena Cid. As mensagens interceptadas revelam que ele buscava alinhar versões entre os investigados e controlar as informações compartilhadas. Essas trocas ocorreram em meados de 2023 e foram mencionadas por Moraes em sua decisão, que incluiu trechos ainda não divulgados da delação de Mauro Cid.
Em relação a Mário Fernandes, o STF também decidiu manter sua prisão preventiva, reforçando a gravidade das ações atribuídas ao ex-secretário executivo. Segundo Moraes, Fernandes fazia parte de um “Núcleo de Oficiais de Alta Patente”, que teria atuado para incitar apoio a medidas destinadas à consolidação de um golpe de Estado. O ministro destacou que o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) também recomendava a manutenção da prisão.
Conforme o ministro, as provas reunidas até o momento apontam para a participação ativa de Fernandes no planejamento e apoio a ações relacionadas à tentativa de subversão da ordem democrática.
As prisões de Braga Netto e Mário Fernandes são vistas como avanços importantes nas investigações conduzidas pela Polícia Federal e acompanhadas pelo STF. Moraes enfatizou que as decisões visam assegurar a continuidade das apurações sem interferências e garantir a responsabilidade de todos os envolvidos no suposto esquema.
Ambos os acusados permanecem presos preventivamente, enquanto o STF avalia novos elementos que possam emergir das investigações em curso.
Com informações do SBT News
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