2024 chegou e a eleição municipal também

Foto: Assessoria
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Se você não ganhou na Mega-Sena da virada, então o ano começou, janeiro chegou e o que não faltam são boletos para pagar. Sendo assim, além de trabalhar para pagar os boletos, o que podemos esperar de 2024? 

Por ser um ano de eleições municipais, podemos, infelizmente, esperar aquela velha e imbecil polarização que empobrece a política. Serão os candidatos a prefeitos e vereadores de Lula versus os candidatos a prefeitos e vereadores de Bolsonaro.

Com pouca proposta, um conservadorismo retrógrado e muitas fake news, em especial nas redes sociais, a política municipal seguirá o mesmo padrão da eleição em nível federal. Prefeitos e vereadores que estão com baixa popularidade parece que acordaram de três anos de sono profundo e passam a tentar transformar obrigações em mérito da gestão; desde prefeito que anuncia que o salário está na conta até inaugurar ou lançar qualquer obra, mesmo que inacabada ou sequer iniciada. Fora o populismo com shows e festas, para tentar distrair a população do caos em áreas prioritárias, como saúde, educação, moradia e infraestrutura. 

Gosto de dizer que a eleição municipal possui uma importância ímpar, pois é na cidade que a gente vive e nosso cotidiano se conjuga, mas, impressionantemente, o que notamos, em muitos municípios, é uma falta de organização partidária e de discussões democráticas de projetos para o município e os munícipes. Falta povo na construção da política municipal. Boa parte das candidaturas são definidas na última semana de registro junto à Justiça Eleitoral.

O poderio econômico segue sendo preponderante em muitos municípios, em especial nos mais populosos. Ser rico passa a ser requisito para ser candidato a prefeito. A pergunta sempre vem: quem vai bancar a candidatura? Você tem dinheiro para investir na candidatura? 

O financiamento das candidaturas por meio do fundo eleitoral, que deveria servir para proporcionar novos mandatos, tem, na verdade, sido usado pelos partidos como forma de manutenção dos mandatos via reeleição. Segundo dados do TSE, a reeleição em 2020 foi de 63%, no país. 

Sendo assim, podemos esperar uma eleição municipal difícil e de poucas alterações e renovações, pois o sistema é, infelizmente, feito para a perpetuação do poder daqueles que já estão no poder. Mesmo sabendo de todas essas muitas dificuldades, ainda acho que enfrentar o sistema e os grupos políticos que monopolizam os espaços de poder é um dever de todos e todas que sonham e constroem a cidade. A cidade é nossa e não devemos, nunca, desistir dela.

Por Tiago Botelho

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