Volume de drogas retirado de circulação em 2025 já é quase o dobro do registrado no ano passado

Foto: Roberta Martins
Foto: Roberta Martins

Com 2,3 toneladas de maconha, Choque realiza maior apreensão do ano na Capital

O Batalhão de Choque da Polícia Militar realizou na noite de terça-feira (8) a maior apreensão de maconha do ano em Campo Grande. A ação, desencadeada após denúncia anônima ao 190, resultou na prisão de cinco pessoas e na apreensão de 2,38 toneladas da droga, escondidas em uma carreta carregada com vidro triturado e em dois veículos de passeio. O prejuízo estimado ao crime ultrapassa R$5 milhões.

A apreensão faz o total anual de drogas retiradas de circulação pelo Choque saltar para 23 toneladas, número que supera significativamente o registrado em 2024, quando o batalhão encerrou o ano com 13 toneladas. Além disso, este ano foram tiradas mais de 135 armas de fogo e mais de 150 veículos usados para crimes, de acordo com o comandante do Batalhão.

De acordo com o comandante do Batalhão de Choque, tenente-coronel Rocha, tudo começou com a ligação de um morador ao COPOM. “Foi uma denúncia. Um cidadão de bem viu uma movimentação estranha e ligou no 190. E quando chega uma denúncia com essa magnitude, o Batalhão de Choque é acionado imediatamente”, explicou.

A denúncia relatava que, desde a madrugada, uma carreta permanecia estacionada em um lava-jato na Rua Camila, bairro Estrela Dalva, onde havia intensa movimentação de veículos entrando e saindo.

Ao chegar ao local, os policiais encontraram o portão aberto e, ainda da rua, visualizaram caixas e sacos contendo tabletes de maconha. Assim que perceberam a aproximação das equipes, dois suspeitos tentaram fugir pulando muros, mas foram cercados e detidos.

“Esses elementos tentam fugir e a gente reforça: não fujam do Batalhão de Choque. Temos técnica adequada. O protocolo é claro: rendição. A fuga é sempre sem sucesso”, afirmou o comandante.

Foram presos homens de 20, 25, 31, 32 e 44 anos, todos “já conhecidos do sistema”, segundo o comandante. Eles possuem passagens por tráfico, violência doméstica, furto e roubo.

A carreta usada no transporte estava carregada com vidro triturado para reciclagem, e entre a carga, havia embalagens de maconha. Já no pátio, centenas de fardos estavam no chão aguardando carregamento.

O motorista da carreta, de 32 anos, afirmou ter sido contratado apenas para transportar o veículo até Mogi das Cruzes (SP), onde receberia R$ 7 mil. Ele contou que a carreta foi entregue já carregada em 5 de dezembro e que a havia deixado no lava-jato na noite anterior, supostamente sob os cuidados de alguém que afirmou não conhecer.
O Choque também investiga se a empresa de reciclagem responsável pelo caminhão tem ligação com o crime. “Vamos checar qual é a ligação da empresa, se tem mais alguém envolvido dentro do lava-jato”, disse Rocha.

O comandante explicou que o lava-jato era, possivelmente, uma fachada para armazenar drogas em pequenas quantidades, que eram acumuladas até que fosse possível montar uma carga maior. “Ali era um depósito. Chegavam pequenas quantidades, e quando tinha um grande montante, chamavam a carreta para transportar até São Paulo”, afirmou.

Os dois veículos menores, Polo e Voyage, também estavam carregados com fardos que seriam distribuídos na Capital. “Cerca de 40 a 50 quilos ficariam na cidade”, explicou.

No total, foram apreendidos 459 fardos, 2.381 kg de maconha e três veículos: Polo Track, Voyage Trendline e um caminhão Iveco. A carreta foi encaminhada a uma empresa de reciclagem para verificação detalhada da carga, com apoio de um guincho da CCR MSVia. Todo o entorpecente e os veículos foram levados à DENAR (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), e os suspeitos encaminhados à Depac Cepol.

Ocorrência fora da rotina da Capital

Rocha destacou que ações dessa dimensão são mais comuns nas regiões de fronteira. Em Campo Grande, o Choque costuma lidar com o tráfico em menor escala. “Essa ocorrência foge da nossa rotina. Aqui estamos acostumados à pequena boca de fumo”, afirmou.

Ele também ressaltou o impacto do trabalho do batalhão no combate ao crime organizado. “O tráfico financia todos os outros crimes. O Choque está atento, seja no crime de menor porte ou no de grande escala”.

Por Inez Nazira

 

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