Kauê Vitor dos Santos Silva, de 34 anos, conhecido como “Ostentação”, foi preso novamente após ser considerado foragido do sistema semiaberto de Dourados, a 251 quilômetros de Campo Grande. Condenado por tráfico de drogas e com histórico criminal extenso, Silva ganhou notoriedade ao delatar um plano para assassinar autoridades de Mato Grosso do Sul, incluindo o delegado Fábio Peró, ex-titular da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro), no âmbito da organização criminosa Omertà.
Conforme informações preliminares, Kauê havia se evadido do sistema prisional ao não se apresentar para a revisão da cautelar, em setembro deste ano. A Justiça sul-mato-grossense expediu um mandado de prisão por regressão cautelar, determinando o retorno de Silva ao regime fechado, citando seu “desfavorável histórico prisional”.
Operação Ostentação
A prisão de Kauê em 2017, na Operação Ostentação, foi um marco na desarticulação de uma das maiores quadrilhas de tráfico interestadual de drogas. Deflagrada pela Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), a operação desvendou um esquema comandado por traficantes que ostentavam a vida de luxo proporcionada pelo crime.
A quadrilha, que era considerada uma das maiores do tráfico de drogas no país, foi indiciada por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, associação ao tráfico, furto, receptação e lavagem de dinheiro. Na época, os bens e contas bancárias de Kauê e outros líderes foram bloqueados pela Justiça. Conforme os autos do processo, Kauê coordenava uma das células do grupo criminoso.
Delação na Omertà e prisão no Rio de Janeiro
Além de sua atuação no tráfico de drogas, Kauê ficou ainda mais conhecido por sua delação na operação Omertà, quando revelou um plano de assassinato de autoridades em Mato Grosso do Sul. Antes dessa delação, ele foi preso em um hotel de luxo em Copacabana, no Rio de Janeiro, durante uma operação da Desarme (Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos). Na ocasião, ele foi detido por porte ilegal de armas, e a polícia apreendeu diversos documentos que revelavam sua ligação com o tráfico de armas e drogas.
Kauê possui uma ficha criminal extensa, com passagens por tentativa de homicídio, roubo, tráfico de drogas, furto e posse ilegal de armas. Ele também responde a processos por organização criminosa e tráfico de drogas. Em 2021, ele se aproveitou de um benefício judicial e fugiu do presídio, tentando evitar o cumprimento de sua pena.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro ainda investiga a relação de Kauê com traficantes de armas e drogas que atuam no estado. As autoridades acreditam que ele tenha participado de esquemas de transporte de drogas e armas provenientes de outros estados para o Rio de Janeiro. Mesmo com sua prisão, a polícia continua apurando suas conexões com o crime organizado em diferentes regiões do país.
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