Rômulo Rodrigues Dias, réu acusado por assassinar e ocultar o corpo de Graziela Pinheiro Rubiano, 36, foi absolvido durante julgamento por júri popular realizado nesta sexta-feira (11), na 2ª Vara do Tribunal do Júri, em Campo Grande.
A defesa do suposto autor contestou a acusação dos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver por falta de provas e autoria, alegando que a vítima foi embora de Campo Grande para outro estado em razão de seus problemas pessoais.
A partir disso, o Conselho de Sentença, por maioria de votos declarados (4 x 2), decidiu absolver o réu. ”Tendo em vista provas produzidas pela defesa, julga-se improcedente a pretensão penal deduzida pelo MPE (Ministério Público do Estado) para absolver Rômulo”.
O promotor de Justiça do MPE, Douglas Odegardo Cavalheiros do Santos, atuou pela condenação do réu suspeito pelos crimes e declarou ter ficado espantado com a decisão, pois segundo ele, havia provas robustas. ”Acreditamos que não houve uma decisão clara do conselho da não ocorrência do crime e sim a uma dúvida que foi levantada no júri”.
Também do MPE, a Promotora Luciana Rabelo se espantou com a decisão do conselho. ”A expectativa era de condenação, pois existem provas robustas de sangue no local, no carro e DNA compatível com o da vítima”.
Transação bancária após desaparecimento
O advogado de defesa do réu, Thiago Andrade Sirahata, explicou que as principais evidências que definiram a absolução de Rômulo é referente ao laudo pericial definitivo.
”Apresentamos também a questão do passado de Graziela. Demonstramos que o passado de Graziela era recheado de fugas, além dela ser suspeita na participação do homicídio do ex-marido, desaparecimento de dinheiro de pessoas”, disse.
Segundo a defesa, desaparecer do dia para a noite era quase uma especialidade de Graziela. Já em relação à movimentação na conta bancária de Graziela, o advogado conta que desde o ano passado pedia que o juiz revelasse os extratos de movimentação financeira da vítima.
”Esse pedido foi autorizado no ano passado, mas somente no dia 4 de fevereiro os bancos conseguiram enviar. Dentro dessas movimentações, detectamos uma abertura de conta em Ladário, em agosto de 2020. Além disso, havia outra conta bancária com extensas transações de dinheiro entrando para ela”.
A defesa de Rômulo acredita na inocência do réu. ”Se o MPE recorrer, é um direito da sociedade. Entendo que a decisão dos jurados é soberana, pautadas na prova do processo. Então não acredito que um recurso vá ter um resultado negativo para Rômulo”.
(Com Willian Leite)