Promotor é preso por propina em esquema do transporte público

Segundo as investigações, originadas da Lava Jato, Flávio Bonazza de Assis recebia 60 mil reais por mês para proteger empresas de ônibus do Rio de Janeiro

A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã de hoje (3), em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, o promotor Flávio Bonazza, acusado de receber propina de esquema no transporte público do Rio. A prisão se deu no âmbito da Operação Ponto Final, um dos desdobramentos da Lava Jato, que buscava desarticular organização criminosa que atuava no setor de transportes urbanos do estado.

Bonazza é acusado de receber 1,350 milhão de reais em propinas da Fetranspor (entidade de empresários de transportes de passageiros) para evitar o andamento de investigações que pudessem atingir as empresas de ônibus.

De acordo com as investigações, Bonazza aquivava inquéritos, pedia informações a colegas e as vazava para empresários do setor de transportes. Ele teria atuado em pelo menos 115 casos envolvendo as companhias de ônibus. Em troca da proteção, o promotor recebia “caixinhas” de 60 mil reais por mês, o que ocorreu no período entre junho de 2014 e março de 2016.

A defesa de Flávio Bonazza disse ter recebido “com absoluta indignação” a notícia sobre a prisão de seu cliente, porque os fatos que embasam o pedido de prisão datam de 2016 e são baseados “exclusivamente nas palavras de criminosos confessos sem qualquer prova de corroboração”.

“O absurdo da prisão se torna ainda mais eloquente se consideramos que o senhor Flávio Bonazza tem uma carreira imaculada e postulou em juízo para produção de uma série de provas para afastar por completo as falsas acusações que são lançadas criminosamente contra ele”, diz nota da defesa.

(Texto: Lyanny Yrigoyen com Agência Brasil e Veja)

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