Ação faz parte das investigações sobre a execução de 4 homens
Até mesmo a gerente do Cassino Guarani foi presa pela polícia do Paraguai durante as investigações sobre a morte de quatro homens na manhã de ontem (26), todos ligados a Fahd Jamil, também conhecido como ‘Fuad’, o ‘Rei da Fronteira’.
Duas das vítimas são sobrinhos do empresário de 79 anos, que fez fama nos anos 80 e 90 como o maior contrabandista da divisa entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã.
Segundo a imprensa paraguaia, os agentes da Polícia Nacional local foram até o Cassino Guarani, que pertence a ‘Fuad’, por volta do meio-dia. O objetivo era recolher imagens das câmeras de segurança e outros elementos que ajudassem na elucidação do caso.
Ainda de acordo com os periódicos, a mulher foi detida por não ter registrado o sequestro das vítimas, que aconteceu na noite de segunda-feira (23), na porta do estabelecimento, quando pelo menos cinco homens armados apareceram.
Os corpos foram encontrados enterrados em uma área rural a cerca de 20 quilômetros de Caballero. Foram executados os brasileiros Felipe Bueno, Riad Salem Oliveira e Muriel Moura Carneiro Correia e o paraguaio Cristian Gustavo Torales Alarcón.
As autoridades revelaram que Oliveira e Correia são os familiares de ‘Fuad’. Bueno é amigo pessoal dos dois, filho de um professor de Ponta Porã, e costumava frequentar o lado paraguaio rotineiramente.
Alarcón, por outro lado, é motorista da família ‘Fuad’. Segundo testemunhas revelaram, ele atuava como uma espécie de ‘faz-tudo’, atuando até como segurança de Flavinho Jamil Georges, herdeiro do império turco.
O Toyota Etios branco com placa do Paraguai e o Polo azul com placa de Ponta Porã, encontrados em chamas na terça-feira (24) de manhã, estavam com os quatro sequestrados. O Polo era registrado em nome do pai de Correia.
De acordo com a Polícia Nacional, os quatro foram torturados e executados com tiros na cabeça. A reportagem apurou que os pistoleiros queriam pegar Flavinho, mas como não o encontraram no cassino, levaram seus funcionários.
A polícia paraguaia não tem pistas dos autores da chacina. Os jornais paraguaios investigam duas possibilidades. Uma delas seria que os assassinatos teriam sido encomendados pelo PCC (facção criminosa que controla o tráfico nas fronteiras de MS), rival natural pelo espaço em Caballero.
Existem informações, contudo, que Flavinho se envolveu junto dos executados em uma briga generalizada com chefes de quadrilhas durante uma festa de aniversário no último final de semana.
‘Fuad’ e seu filho são considerados foragidos da Justiça brasileira. Ambos estão com a prisão pedida durante as investigações da Operação Omertá, que revelou um esquema para manutenção de um grupo de extermínio no Estado.
Pelo lado sul-mato-grossense, a Sejusp (Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública) ordenou que Garras (Delegacia Especializada na Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), da Polícia Civil, e esquipes do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do Choque, da Polícia Militar, reforcem o efetivo na fronteira para evitar mais derramamento de sangue.
https://oestadoonline.com.br/2020/11/26/policia-encontra-quatro-corpos-de-homens-ligados-a-fahd/