A Polícia Militar prendeu na noite de quarta-feira (12) Geovane Silva de Jesus, de 27 anos, condenado por participar de um caso de tortura em um “tribunal do crime” do PCC (Primeiro Comando da Capital) em Campo Grande. Geovane estava foragido desde que foi sentenciado a dois anos e sete meses de prisão em regime fechado pelo crime, ocorrido na madrugada de 23 de fevereiro de 2022, no Jardim Centro Oeste.
Na época, Geovane e outros seis comparsas torturaram dois homens acusados de furto na região conhecida como invasão da Homex. As vítimas foram obrigadas a jogar roleta-russa — um jogo de azar em que se coloca uma bala no tambor do revólver, gira-se o cilindro e atira contra si mesmo — uma contra a outra. Elas foram resgatadas pela polícia após serem mantidas em cárcere privado e submetidas a espancamento.
Conforme informações preliminares, Geovane foi preso por uma equipe da Polícia Militar durante diligências no Bairro Guanandi. Os agentes desconfiaram de um grupo que demonstrou nervosismo com a aproximação da viatura. Após checagem dos antecedentes, foi constatado que Geovane tinha um mandado de prisão em aberto. Ele foi levado à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol, onde permanece à disposição da Justiça.
Relembre o caso
O crime começou após as vítimas furtarem a casa de Felipe da Penha Davalos, na favela da Homex, e venderem os itens para comprar drogas. Três dias depois, Wellynton Luiz da Silva Sanchez e Romário Bezerra Lopes abordaram os suspeitos, exigindo a devolução dos objetos. Eles foram colocados à força em um veículo HB20 e levados até um imóvel na favela, onde começou a sessão de tortura.
As vítimas foram espancadas e ameaçadas com armas de fogo, machadinhas, ripas de madeira e facas. Romário chegou a realizar a roleta-russa, forçando as vítimas a apontar o revólver uma contra a outra. O grupo também ficou em contato com presidiários, aguardando o aval do “juiz do crime” para executar os suspeitos.
O Batalhão de Choque chegou a tempo de impedir o desfecho trágico. Geovane foi encontrado armado com uma faca, fazendo vigia na porta do imóvel. Ao entrarem no local, os policiais flagraram seis homens espancando as vítimas, que estavam amarradas com as próprias camisetas. Uma delas teve o cabelo cortado como forma de humilhação.
Foram presos na época: Wellynton Luiz da Silva Sanchez, Romário Bezerra Lopes, Geovane Silva de Jesus, Filipe Lima dos Santos, Douglas de Arantes do Nascimento, Pedro Henrique de Almeida Guimarães e Felipe da Penha Davalos. Todos foram condenados pela Justiça por tortura e cárcere privado.
Geovane também possui histórico criminal por tráfico de drogas, roubo, porte de arma, lesão corporal e furto. A polícia continua investigando possíveis conexões do grupo com outros crimes na região.
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