Suspeitos de envolvimento em fraudes que levaram ao desvio de R$ 68 milhões em contratos com empresas que prestam serviços e fornecem produtos para as secretarias de Educação e Saúde de Mato Grosso do Sul. Três nomes importantes que ocupam cargos nos primeiros escalões do Governo do Estado desde 2014 quando o PSDB, com Reinaldo Azambuja, venceu a eleição foram alvos da operação Turn Off desencadeada na manhã de hoje pelo Gaeco Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado. Edio Castro, adjunto da Secretaria de Educação do atual Governo, mesma função que ocupava na gestão passada.
Thiago Mishima, ex-subsecretário de Comunicação, durante o Governo de Reinaldo Azambuja e secretário parlamentar do deputado federal Geraldo Resende, que também é vice-presidente regional do PSDB; Simone Ramirez, do setor de licitações da Secretaria de Administração, é outra que teria sido detida; Já Flávio Brito teve seus endereços como alvo de busca e apreensão e foi intimado a depor amanhã (30.11), Ele é atualmente adjunto da Casa Civil do Governo do Estado, e que era adjunto da Saúde quando o atual deputado Federal Geraldo Resende era o secretário a quem acabou substituindo quando este saiu para disputar a eleição. Flávio também é marido da vereadora Luiza Ribeiro que tomou posse em substituição a Camila Jara que se elegeu deputada Federal pelo PT. Também foram presos uma mulher identificada apenas como Andreia Cristina e Paulo Andrade, coordenador-geral da Apae e Victor Leite de Andrade e Sergio Duarte Coutinho Júnior.
As investigações envolvem contratos do período da Pandemia da Covid-19, da gestão Reinaldo Azambuja e, de acordo com o MPE (Ministério Público Estadual), a organização criminosa é responsável por fraudar licitações públicas que possuem como objeto a aquisição de bens e serviços em geral, destacando-se a aquisição de aparelhos de ar-condicionado pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul (SED/MS), a locação de equipamentos médicos hospitalares e elaboração de laudos pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES/MS), a aquisição de materiais e produtos hospitalares para pacientes da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Campo Grande, dentre outros, havendo, nesse contexto, o pagamento de vantagens financeiras indevidas (propina) a vários agentes públicos.
Uma destas empresas, Isomed, que assinou um dos contratos ainda com o ex-secretário de Saúde Geraldo Rezende, continuava recebendo em torno de R$ 1 milhão por mês ao longo de 2023. Em maio do ano passado, ela foi vencedora de um pregão eletrônico e garantiu contrato de R$ 12.164.640,00. Durante os trabalhos, o GECOC valeu-se de provas obtidas na Operação Parasita, deflagrada no dia 7/12/2022, compartilhadas judicialmente, que reforçaram a maneira de agir da organização criminosa.
O Governo do Estado divulgou nota nesta quarta-feira (29) informando que vai afastar os servidores públicos envolvidos na operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), realizada nesta manhã. “O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul informa que os servidores sob investigação, no âmbito da operação do Gaeco/Gecoc, realizada na manhã de hoje, quarta-feira (29), resultante de inquérito sobre contratos firmados em anos anteriores, serão imediatamente afastados de suas funções. O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul informa que a medida visa garantir total transparência sobre contratos e procedimentos adotados pela gestão pública”. Diz a nota.
Leia mais: Operação busca envolvidos em desvio de mais de R$ 14 milhões do HRMS
Operação busca envolvidos em desvio de mais de R$ 14 milhões do HRMS
Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.