Um dos principais traficantes brasileiros de cocaína foi preso em Moçambique, Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido pelo apelido Fuminho, estava foragido havia mais de 20 anos até sua captura em Maputo na segunda-feira (13), e era um dos fugitivos “mais procurados” do Brasil, afirmou a Polícia Federal em nota.
“O prisioneiro era considerado o maior fornecedor de cocaína para um grupo que operava em todo o Brasil e também era responsável por enviar toneladas da droga para diversos países”, diz o comunicado.
Leonardo Simbine, um porta-voz do Serviço de Investigação Criminal de Moçambique, disse que a polícia local havia recebido uma informação da Interpol de que Santos havia entrado no país em meados de março.
“Fizemos nossas investigações e o encontramos em um hotel de luxo em Maputo. Nós o prendemos com dois cúmplices, dois cidadãos nigerianos”, disse Simbine.
A caminho da prisão de segurança máxima na qual está detido, Santos se recusou a responder perguntas de jornalistas. “Fale com meu advogado”, disse.
O Brasil tem 40 dias para submeter um pedido de extradição, disse Simbine, acrescentando que Santos está detido sob acusações de posse de drogas e uso de passaporte falso.
Em nota, a Polícia Federal afirmou que a operação também envolveu a Administração de Execução de Drogas dos Estados Unidos (DEA), o Departamento de Justiça norte-americano e a polícia moçambicana.
A PF também acusou Santos de supostamente financiar um plano de resgate para o chefe do PCC Marcos Willians Camacho, o Marcola, que está em uma prisão federal em Brasília. O suposto plano levou as autoridades brasileiras a aumentarem a segurança na prisão em fevereiro, segundo a nota. Santos é considerado o braço direito de Camacho.
(Texto: João Fernandes com Reuters)