A Justiça de Mato Grosso do Sul decidiu manter a prisão preventiva dos quatro homens presos em flagrante por envolvimento com o tráfico de drogas e ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A decisão foi tomada durante audiência de custódia realizada na última quinta-feira (22), dois dias após a operação que resultou na apreensão de 589 quilos de maconha em uma chácara localizada no Distrito Industrial de Dourados, a 251 quilômetros de Campo Grande.
Os detidos foram identificados como Hemerson Marcos Cosine, conhecido como “Calunga”, Diogo Ifran Vargas, Walter Nunes do Nascimento e Bruno Laurentino da Silva. Segundo a Polícia Civil, eles integram uma célula da facção criminosa responsável pelo envio de drogas para o estado de São Paulo.
Durante a audiência, o juiz Ricardo da Mata Reis considerou legal a prisão em flagrante e autorizou a quebra do sigilo dos dados telefônicos dos suspeitos, abrangendo o período de 1º de janeiro de 2023 até o dia 20 de maio de 2025, data da prisão. O objetivo, segundo o magistrado, é aprofundar as investigações e identificar o papel de cada um dos envolvidos, além de possíveis conexões com outros integrantes da organização criminosa. “Os direitos fundamentais dos investigados, como a intimidade, não podem se sobrepor à proteção da sociedade contra atos criminosos”, afirmou o juiz.
A operação que levou à prisão do grupo teve início após denúncias anônimas indicarem a movimentação suspeita em uma residência no bairro Jardim Clímax, na região oeste de Dourados. Diogo, que utilizava tornozeleira eletrônica, foi monitorado em encontros com Hemerson e Bruno em sua casa. Mais tarde, Hemerson e Bruno foram presos ao tentar acessar a chácara onde estava armazenada a droga.
Durante as buscas, Diogo ainda tentou destruir um celular para eliminar possíveis provas. Na casa, a polícia encontrou porções fracionadas da droga, balanças de precisão e roupas, indicando que o local também era usado como base do grupo. Walter, que afirmou morar na chácara, apresentou versões contraditórias sobre a presença dos demais suspeitos.
Ainda segundo a Polícia Civil, Hemerson “Calunga” tem uma posição de liderança na facção e usava o trabalho de jardineiro como fachada para disfarçar suas atividades criminosas. Ele havia passado quase três décadas no sistema prisional antes de ser novamente preso nesta operação.
Além de manter a prisão dos suspeitos, a Justiça determinou o encaminhamento de todos ao sistema penitenciário. Diogo deverá receber tratamento médico devido a um quadro de bronquite asmática. Também foi ordenada a destruição dos entorpecentes apreendidos, com a devida guarda de amostras para fins periciais.
As investigações continuam, e a Polícia Civil espera que a análise dos dados telefônicos revele novas informações sobre a estrutura da célula criminosa e a logística do tráfico interestadual de drogas promovido pelo PCC.
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