Com o segundo maior rebanho do Brasil, Corumbá é o município com maior registro de crimes de abigeato em MS

Operação gado - Foto: Divulgação
Operação gado - Foto: Divulgação

Rebanho furtado na maioria das vezes vai parar em frigoríficos, leilão ou até mesmo para outros estados

Além do fogo e da escassez de chuva, a pecuária de Mato Grosso do Sul também lida com o crime de abigeato. Os prejuízos são grandes para os produtores rurais, que perdem seus animais e têm sua produção afetada. Para combater o crime, a Deleagro ( Delegacia Especializada de Combate a Crimes Rurais e Abigeato) tem realizado operações e investigações para identificar e prender os responsáveis. Em algumas regiões do Estado, a presença da polícia nas estradas e em áreas de risco também tem sido intensificada.

Segundo o Delegado Zampieri da Deleagro, após a criação da delegacia para atender crimes de abigeato, foram observadas duas situações distintas. Em que pese a redução de cerca de 30% nos crimes de abigeato, também o maior alcance da informação e conscientização dos produtores fez com que a procura por registro de ocorrências também aumentasse, proporcionando um acompanhamento mais preciso dos crimes.

Zampieir explica ainda que a cidade onde mais se registra furto de gado é a cidade de Corumbá. Após o furto, a maioria do gado vai para abate clandestino. “São inúmeras situações distintas. Quando se trata de furto de pouca monta, como uma ou duas cabeças, por vezes são abatidas no próprio local e por vezes levadas para propriedades não muito distantes do local do furto. Já quando falamos em furtos de maiores quantidades, exige uma logística maior, como caminhões, embarcador, emissão de documentos falsificados e, na maioria das vezes, mais pessoas envolvidas. O destino pode ser uma propriedade distante, até em outros estados, um frigorífico, um leilão, são várias as possibilidades e estratégias que os criminosos tentam utilizar para dificultar o trabalho policial”, afirmou.

Deleagro ressalta ainda que  é importante que o produtor mantenha o gado de maior valor e mais manso em pastos mais seguros, mais distantes da beira da estrada, deixando os locais mais vulneráveis, distantes da sede e próximos das estradas, para o gado mais fraco. Manter porteiras e mangueiros com correntes e cadeados para dificultar o acesso. Marcar o rebanho sempre e acompanhar a rotina de manejo frequentemente. Manter em dia as cercas da propriedade, fazendo conferência periódica do perímetro. “Caso tenha sido vítima de abigeato, a primeira providência é o registro da ocorrência e, se possível, preservar o local ou fotografar quaisquer vestígios, rastros ou objetos estranhos que sejam encontrados nas imediações”, finalizou Zampieir.

Cresce o número do rebanho bovino em MS após seis anos de declínio

Em Mato Grosso do Sul, no ano de 2023, houve crescimento nos rebanhos de bovinos (2,5%), bubalinos (3,4%), suínos (2,2%) e galináceos (0,7%) e queda no rebanho de equinos (-18,8%), ovinos (-18,5%) e caprinos (-18,6%). Mato Grosso do Sul continua como o quinto estado com o maior efetivo de bovinos entre as Unidades da Federação, com 18,9 milhões de cabeças.

O município de Corumbá mantém destaque com o maior efetivo de equinos do país, com 36.071 cabeças, e o segundo maior rebanho de bovinos, 2.150.382 cabeças. Aquidauana ficou em 13º lugar no ranking nacional de rebanho bovino, com 853.842 cabeças, e Ribas do Rio Pardo ficou em 15º lugar com 826.757.

Corumbá continuou com o segundo maior rebanho do Brasil, 2,15 milhões de animais, 11,3% do efetivo do Mato Grosso do Sul. Seguem-no os municípios de Aquidauana (13º do Brasil), Ribas do Rio Pardo (15º) e Porto Murtinho (21º). Em 2023, São Félix do Xingu (Pará) mais uma vez liderou o ranking municipal de efetivo de bovinos; o rebanho de 2,5 milhões de cabeças foi equivalente a 10% do efetivo paraense.

 

Por Thays Schneider

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