Pelo menos quatro agentes da Polícia Nacional do Equador foram sequestrados na noite de segunda-feira (8), enquanto trabalhavam em duas unidades policias das cidades de Machala e Quito, Capital do país. O sequestro ocorre logo após a fuga do líder de uma das gangues mais proeminentes do país.
Segundo a Polícia Nacional, o primeiro sequestro aconteceu na unidade policial Wilson Franco, em Machala. Três agentes estavam de plantão no local, e segundo informações iniciais, cerca de oito suspeitos, com os rostos cobertos e fortemente armados, entraram na unidade e renderam os agentes.
Uma testemunha relatou ao jornal El Universo que os criminosos espancaram os policias, arrastaram para um cais em Puerto Bolívar e colocaram em um barco, deixando o local em seguida.
O segundo sequestro, ocorrido na Capital, foi realizado na UPC Llano1, onde o agente foi levado por três indivíduos, que dirigiam um veículo com os vidros escuros. Em comunicado nas redes sociais, a polícia disse que “nenhum destes acontecimentos ficará impune”.
Fuga
Os sequestros ocorrem logo após o decreto de um estado de exceção pelo Governo do Equador, motivado pela fuga de José Adolfo Macías Villamar, conhecido como ‘Fito’, líder da gangue Los Choneros, uma das maiores do país, sendo considerado um dos mais perigosos.
A fuga aconteceu no domingo (7) a noite, quando Fito não foi encontrado na prisão onde cumpria pena, na cidade de Guayaquil. A gangue, Los Choneros começou como um grupo de matadores de aluguel, mas expandiu os ‘negócios’ para crimes relacionados ao tráfico e roubo; além disso, eles são associados ao cartel Sinaloa, do México. Fito assumiu o controle após a morte de José Luiz Zambrano, conhecido como Raquiña.
As autoridades então convocaram mais de 3.000 mil homens da Polícia Nacional e do Exército para tentar encontrá-lo, mas não obtiveram sucesso e o paradeiro dele segue desconhecido.
Estado de exceção
O estado de exceção, decretado após a fuga de Fito, permite que as Forças Armadas deem apoio a polícia nas ruas, devido à grave comoção interna no país. O decreto está em vigor por 60 dias e durante esse período, alguns direitos estão restritos no Equador:
Proibição de se locomover livremente, por haver um toque de recolher em vigor, das 23h às 5h;
As pessoas não têm o direito de se reunir;
A privacidade das residências e correspondências está limitada, o que significa que as autoridades podem entrar nas casas das pessoas sem a necessidade de uma ordem judicial.
Desde a manhã de ontem, o país enfrenta rebeliões e violência de prisões, incluindo do centro de reabilitação social de Machala. Em um vídeo publicado nas redes sociais, um agente da Polícia Nacional em Quito pede socorro ao presidente do país, Daniel Noboa, com armas apontadas para a sua cabeça, antes de ser sumariamente executado.
“Por favor, pare com isso. Sou oficial, trabalho no distrito de Calderón, em Quito. Me ajuda! Tenho família, por favor, pare com isso”, afirma o policial, antes de ser morto. A polícia não confirmou a veracidade do vídeo.
Com informações da Folhapress.