Três dias depois do Hospital da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul) retomar a montagem de sua estrutura de hospital de campanha para atendimento a pacientes com coronavírus, o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) referência em atendimento a doença no Estado, afirmou que mesmo superlotado, não vai remontara a unidade auxiliar.
Isso porque a hospital precisa de condições estruturais que não são adequadas para atendimento de pacientes graves, podendo colocar em risco a vida dos doentes. Com isso, o hospital segue lotado.
A diretora do HRMS, Rosana Leite explicou ao jornal O Estado que por questão de segurança, o hospital de campanha montado tem um limite de teto que precisa ser respeitado. Caso ele seja montado muito alto, corre o risco da entrada do vento levar a estrutura ou até mesmo derrubar. Caso a construção seja muito baixa como da unidade anterior, há riscos de incêndio por conta do oxigênio ali posto aos pacientes. “A gente não consegue montar um hospital de campanha para atender pacientes graves. Essa estratégia a gente aprendeu depois de montar o primeiro”, comentou.
Segundo Rosana, o primeiro hospital de campanha foi criado ainda sem conhecimento da doença e para atender uma outra demanda: a de enfermaria. “Não conhecíamos a doença, achávamos que seria como pacientes que tem dengue, que ficariam ali em observação, tomando um soro, depois ia embora. Neste caso, a estratégia seria boa tanto que na estrutura anterior colocamos no local pacientes não COVID”, explicou.
Agora, pela própria constituição estrutural do hospital por conta de vento, riscos de incêndio, não será retomada a unidade auxiliar. “Aqui no Regional, a estrutura precisa ser feita para atender pacientes graves e como não atenderá essa demanda, nosso hospital de campanha não tem condições de ser remontado”, esclareceu.
Leitos
O hospital de referência a tratamento da COVID-19 em Mato Grosso do Sul ganhou em dois dias 18 novos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). No domingo (6), a unidade reabilitou 10 novos leitos para auxiliar no atendimento a demanda, passando a atender 110 pacientes graves.
Na tarde de ontem (8), o hospital recebeu a habilitação de mais oito leitos, voltando a 118 leitos de UTI, mesma quantidade de quando houve o pico de casos. Mesmo assim, o hospital está com superlotação e, apesar de ter 182 ventiladores e rede de gás, o local não tem estrutura para atender mais pacientes.
A diretora do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), Rosana Leite, afirmou que além dos 118 leitos de UTI já ocupados, ainda havia sete pacientes na ala vermelha aguardando transferência para outros hospitais com vagas e mais um no corredor.
“Não é que não temos preparo, é que jamais foi imaginado uma doença dessa que evolui muito rápido. Tínhamos leitos disponíveis, mas em questão de três horas, todos foram ocupados, a ala vermelha ficou lotada, e paciente no corredor, é desesperador, e as pessoas parecem não enxergar isso”, lamentou.
A unidade não está mais atendendo nenhum paciente não COVID, além da ala da pediatria. E, mesmo com os leitos lotados, ainda recebe a demanda espontânea e demanda encaminhada pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública).
Parque Ayrton Senna
Montado desde o início da pandemia no Parque Ayrton Senna, no Aero Rancho, o polo de atendimento para a COVID-19 foi uma das estruturas criadas para dar suporte ao atendimento e agendamento de pessoas com suspeita do vírus.
(Texto: Dayane Medina)