Em fase de testes em Campo Grande, o imunológico CoronaVac, que vacinou até segunda-feira (9) 100 profissionais da área da saúde, segue suspenso na Capital. A interrupção dos estudos da vacina, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, foi determinada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e surpreendeu pesquisadores em saúde no Estado.
Com a justificativa de “eventos adversos graves” em 29 de outubro, a agência determinou que os testes da CoronaVac sejam suspensos em todo o país até que o risco e benefício sejam julgados para a continuidade do estudo. Não há um prazo definido para o retorno dos testes.
De acordo com a pesquisadora Ana Lúcia Lyrio, apesar de interrupções para verificar a segurança das vacinas serem comuns em pesquisas clínicas, este fato pode dificultar a adesão ao projeto. Lyrio reiterou que a segunda dose da vacina já estava sendo aplicada nos voluntários.
Durante coletiva de imprensa, o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, disse que a suspensão dos estudos foi técnica. Como justificativa, explicou que os documentos que relatam a morte, enviados pelo Instituto Butantan, estavam “incompletos” e “insuficientes”.
“Diante de informações incompletas, a área técnica só tem uma decisão a tomar [que é suspender a pesquisa]. Nos desenvolvimentos têm eventos adversos, como dor ou vermelhidão. E têm graves, que vão desde internação com risco, sequela e até mesmo ao óbito”, destacou. E completou: “O que recebemos não nos dava nenhuma outra alternativa”. Na Capital, os estudos e testes são realizados no Humap-UFMS (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian). A expectativa é de que cerca de mil profissionais da saúde recebam as doses em MS.
(Texto: Amanda Amorim)
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