Pesquisador explica vacinas existentes e imunização segura

Informações falsas sobre a segurança das vacinas causaram o retorno de doenças consideradas erradicadas no passado

As vacinas estão no centro das discussões relacionadas ao novo coronavírus pela importância que desempenharão para o fim da pandemia do Sars-Cov-2. Porém, nos últimos anos, diversos movimentos contrários a imunização criaram uma insegurança na população, que não sabe até que ponto a vacina é benéfica para o corpo humano.

De acordo com o professor Dr. em doenças infecciosas e parasitárias, Roberto Dias de Oliveira, as vacinas são divididas em dois grandes grupos, as derivadas de organismos vivos e organismos mortos.

“A priori as vacinas são divididas em dois grandes grupos, aquelas vacinas que são derivadas de organismos vivos, como é o caso da vacina de febre amarela. O vírus da febre amarela está presente na vacina, mas ele é atenuado por aumento de temperatura e uso de algumas substâncias”, afirma Oliveira.

Já o outro grupo pode ter além do vírus, outros organismos. “Nas vacinas derivadas de organismo mortos podemos pegar um pedaço de bactéria ou vírus para poder compor essas vacinas”, ressalta.

Em ambos os casos, a proposta da vacina é produzir anticorpos para determinada doença no organismo, sem que o paciente desenvolva a forma grave da patologia. “No caso das vacinas com organismo vivo, a presença desse vírus, atenuado, é capaz de enganar o organismo. Toda vacina é um embuste ao sistema imunológico, quer dizer, a gente expõe o sistema imunológico humano a um determinado agente patogênico. O corpo entende que a gente está sendo invadido por aquele agente e produz defesas ativando o sistema imunológico”, frisa.

Segundo Oliveira, há poucos casos de contraindicação a vacinas, normalmente relacionadas a outros componentes presentes no medicamento, como a proteína do ovo. “No caso da vacina para febre amarela, ela é composta de água, conservantes, antibióticos para evitar que seja um meio de contaminação para bactérias, além de ser cultivada em proteína do ovo. Caso a pessoa seja alérgica, essa pode ser uma contraindicação para a vacina de febre amarela”, aponta.

Segurança

O pesquisador defende que não há motivos para ter medo da imunização. “As vacinas do ponto de vista técnico são extremamente seguras porque as doses dos microrganismos presentes são pequenas, então é improvável que você tenha uma doença decorrente de uma vacinação. A vacina é a forma mais segura de se prevenir contra doenças, através da imunização ativa. Eu forço o sistema imunológico a produzir anticorpos de determinada doença. É uma maneira rápida e extremamente barata de a gente conseguir controlar algumas doenças”, acredita.

Para o professor, provavelmente a vacina mais esperada no momento não deve erradicar a doença, mas evitar sua forma mais grave. “A vacina para a Covid-19 não vai ser uma vacina que vai erradicar a doença do mundo, ela vai manter sob controle para evitar formas graves e os óbitos em grupos de maior vulnerabilidade”, acredita.

(Texto: João Fernandes com assessoria)

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