Parceria garante agilidade nos exames da covid-19 em MS

Por intermédio da Secretaria de Estado de Saúde, seis instituições públicas e privadas tem proporcionado resultados efetivos nas ações de combate ao coronavírus. Juntos, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a Fiocruz de Mato Grosso do Sul e Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) buscam alternativas para encontrar soluções para agilidade nos exames da Covid-19.  A Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e o Hemosul também tem contribuído e disponibilizado equipamentos para o Lacen.

O Estado chega a 80 casos confirmados, dentre os quais já houve 2 mortes, nos últimos nove dias. Somente na terça-feira (7), foram 14 novos pacientes da doença. E ocupa ainda, nesse momento, conforme pesquisa do Base In Loco, a segunda pior taxa de isolamento com 48,2%, só atrás de Tocantins, onde não houve nenhum óbito causado pelo novo coronavírus.

O diretor do Lacen, Luiz Henrique Ferraz Demarchi, destaca a atuação de Secretaria Estadual de Saúde no alinhamento e aproximação com essas instituições e reforça que além das citadas, o Lacen também foi procurado pela UCDB e pelo Hemosul. “Com essa união, fica mais fácil de combatermos a propagação do vírus em nosso Estado. Recebemos do Ministério da Saúde kits de diagnóstico. Com tudo isso, nossa demanda de coronavírus está em dia, os exames estão sendo feitos e liberados em tempo oportuno”, explica a diretor da Fiocruz de Mato Cruz de Mato Grosso do Sul, Jislaine Guilhermino.

Fiocruz destaca a união e solidariedade entre instituições

Sobre esse alinhamento no combate a doença que se tornou uma pandemia e oferece risco a vidas, a diretora da Fiocruz de Mato Cruz de Mato Grosso do Sul, Gislaine Guilhermino destaca a relevância dessa assistência de instituições ao Lacen, a partir do intercâmbio técnico e reorganiozação de procedimentos para que o foco na verificação de suspeitas e casos do novo coronavírus seja agilizado.

“A Pandemia causada pela Covid-19 trouxe alguns desafios para o sistema de saúde e um deles refere-se à ampliação da capacidade de resposta para atender a demanda pelo diagnóstico molecular. O momento é de união e solidariedade entre as instituições. Em Mato Grosso do Sul, a parceria entre LACEN, Fiocruz Mato Grosso do Sul, EMBRAPA e UEMS teve inicio em 17 de março. No dia seguinte, o Chefe-Geral e a Chefe-Adjunta de P&D da Embrapa Gado de Corte receberam os Diretores do LACEN-MS e da FIOCRUZ-MS para uma reunião, que também contou com a presença de pesquisadores de ambas as instituições”, explica.

Segundo ela, essa reunião considerou aspectos técnicos e operacionais dessa ação, como a verificação da estrutura física e dos equipamentos de RT-qPCR disponíveis e adequados para a realização dos testes. Ocasião que também foi discutida a possibilidade da Fiocruz-MS dar apoio a execução de testes para arboviroses (dengue, zika e chikungunya) para desafogar a fila de espera para esses exames.

“Para apoiar a realização de testes diagnósticos para arboviroses e COVID-19 atualmente estão envolvidos duas pesquisadoras da Fiocruz-MS, Dra. Zoraida Del Carmen Fernandez Grillo e Dra. Alexsandra Rodrigues Mendonça Favacho; três pesquisadores da Embrapa, todos da área de Sanidade Animal, Dr. Flábio Ribeiro de Araujo (médico veterinário), Dra. Lenita Ramires dos Santos (bióloga) e Dra. Vanessa Felipe de Souza (médica veterinária) e um pesquisador da UEMS, Prof. Dr. André Luiz Julien Ferraz. Outros pesquisadores dessas instiuições poderão ser envolvidos quando necessário”, esclarece ainda a diretora.

Ela conta que outras ações também estão sendo coordenadas pela Secretaria Estadual de Saúde, que incluem o Polo de diagnóstico para a estratégia drive-thru na UFMS, também em parceria com o Lacen e a Fiocruz Mato Grosso do Sul.

A Fiocruz de Mato Grosso do Sul informa ainda que os protocolos de calibração dos equipamentos e validação dos Kits foi concluída em 23 de março para Dengue, Zika e Chikungunya e em 6 de abril para Coronavírus.

Estudo da entidade aponta caminho

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificaram, em laboratório, que o antirretroviral atazanavir pode inibir a replicação do novo coronavírus em células infectadas. Os resultados obtidos ainda precisam ser confirmados através de testes clínicos com pacientes para que o medicamento se torne uma possibilidade no combate à doença que já atinge mais de 14 mil brasileiros, com 668 mortes até a manhã dessa quarta-feira (8).

Para a realização dos ensaios in vitro, pesquisadores utilizaram um isolado viral produzido a partir de uma amostra de paciente infectado no Rio de Janeiro. Antes dos ensaios, a metodologia contou com a utilização de análises de modelagem computacional para simular como o atazanavir interage com a enzima usada pelo vírus para se replicar no corpo humano.

O trabalho foi enviado para a revista científica Nature Communications e disponibilizado para a comunidade científica internacional em formato preprint – sem revisão formal por outros especialistas da área -, o que acelera a troca de informações entre pesquisadores, enquanto os trâmites de uma publicação científica seguem paralelamente.

(Texto: Danilo Galvão com informações da Fio Cruz e da Agência Brasil)

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