Equipes do Hospital Regional foram direcionadas para coronavírus
A pandemia da COVID-19 provocou paralisação em diversas áreas da saúde. Procedimentos de urgência passaram a ser realizados. No caso do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), a redução é de 65% em cirurgias eletivas. Enquanto em 2019, até o mês de setembro, o hospital havia registrado 3,6 mil procedimentos em 2020 é 1,2 mil.
Com a explosão de casos as cirurgias pararam em maio. As equipes hospitalares foram direcionadas para acompanhar os infectados. Isso ocorre, pois, o Regional é hospital referência no enfrentamento à COVID-19.
De acordo com o coordenador da linha cirúrgica, Cássio Rubert, o hospital buscou manter os procedimentos enquanto os casos estavam sob controle. A pandemia representa riscos na realização de procedimentos cirúrgicos, pois, o paciente com a doença pode desenvolver complicações e, até mesmo, infectar a equipe.
Nesse período os principais procedimentos realizados foram cirurgias gerais, pediátricas e vasculares que totalizam respectivamente 190, 74 e 48, entre os meses de março e maio.
”As únicas cirurgias realizadas atualmente no Regional são casos de urgência e emergência, e geralmente são pacientes com coronavírus. Nós já realizamos cirurgias de apendicite e outras inflamações abdominais, mas são casos em que o paciente já estava no hospital e precisou da cirurgia”, destacou.
O coordenador da linha cirúrgica aponta ainda que existem os casos de pacientes que possuem doenças clínicas e deixaram de realizar o acompanhamento correto. Isso faz com que exista um aumento nas demandas de emergência nos hospitais. No entanto, essa não é uma questão exclusiva durante o período pandêmico.
”Antes da pandemia, um dos grandes números de atendimentos que realizávamos era complicações do não acompanhamento. Por exemplo, casos de pedra da vesícula e em vez de ser realizado um procedimento eletivo, que é uma cirurgia mais tranquila, ele acabava precisando fazer esse procedimento de urgência, que é sempre mais complicado”, contou.
Questão crônica
As filas para realização de cirurgias eletivas existem há muitos anos no SUS (Sistema Único de Saúde). Rubert revela que essa demanda é reprimida e, provavelmente, os pacientes que estão nas filas de espera do Regional devem se manter até a retomada dos procedimentos pelo hospital.
”Nós temos uma fila com centenas de cirurgias de pacientes que estavam aguardando e acabam não conseguindo ir para outros hospitais. Existe uma demanda reprimida no SUS, e é difícil para o paciente conseguir esse tipo de serviço, muitas vezes é preciso passar por uma análise, para só então entrar na fila e cada hospital possui uma demanda”, explicou.
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(Texto: Amanda Amorim)