A suspensão das aulas presenciais e o isolamento social levaram crianças e adolescentes a passar mais tempo dentro de casa. Mas algumas não conseguem assimilar o que de fato está acontecendo, outras sentem muita falta dos avós, dos professores e dos colegas e amigos. Especialistas apontam que, durante esta mudança de rotina, é importante estar atento à saúde mental dos pequenos, ainda mais considerando que, com o avanço do coronavírus, a tensão e a incerteza aumentam, principalmente para os que estão em fase de desenvolvimento.

Segundo a psicóloga, Gabriela Silva Molento, essa mudança brusca pode gerar uma desorganização diária e, neste sentido, os pais devem ficar atentos. “A rotina que é responsável por organizar e condicionar o corpo e a mente. A escola ajuda a criança e o adolescente a se desenvolver, principalmente no quesito responsabilidade, que a vida adulta exigirá deles”, pontuou. É essencial buscar estruturar uma rotina, com novas responsabilidades que estão ao alcance da realidade atual. “Para as crianças, os pais devem adotar uma comunicação mais lúdica, fazendo analogias, assim fica mais fácil da criança entender o que está acontecendo”, explicou Gabriela.

Já com os adolescentes, a dica para os pais é paciência, pois este é um momento em que os jovens passam por descobertas. “Esses jovens já passam por período de transição, uma fase complicada, os hormônios à flor da pele, com muita energia para gastar, para desenvolver. Os pais precisam encontrar equilíbrio entre a serenidade e a firmeza em lidar com eles. É preciso dialogar. É um período diferenciado”, salientou Gabriela.

Para o Conselho Regional de Psicologia, perante situações como o coronavírus ficamos vulneráveis e, para amenizar esse impacto, criamos novas formas de enfrentamento a esses conflitos. A orientação, neste sentido, é clara: pesquisar por notícias sempre de fontes legítimas e confiáveis como os órgãos de governo e a Organização Mundial da Saúde. Assim que possível, é sempre importante buscar acompanhamento de um profissional, seja nos serviços públicos ou na rede privada de saúde. Hoje, o Conselho Federal de Psicologia já regulamenta o atendimento on-line, que pode ser uma saída para as pessoas acessarem serviços psicológicos em tempos de isolamento social.

(Texto: Amanda Amorim com assessoria/Publicado por João Fernandes)