Atleta diz que desorganização “ajuda” a encarar pandemia

 Campo-grandense Daniel Hayashi cita a prática a céu aberto como vantagem

Bicampeão brasileiro de Canoagem de Descida, o campo-grandense Daniel Hayashi ressaltou que a modalidade sofreu alterações devido a incidência do novo coronavírus no estado, mas pode adaptar-se. Segundo o esportista, a prática da modalidade ocorre em ambientes abertos, e por esse motivo a categoria consegue manter-se ativa.

Com 37 anos e 22 de canoagem, Hayashi frisa que o deslocamento entre ambientes, além da alteração de rotina, são os principais pontos sentidos durante a pandemia. “”Com a reabertura das academias, pude retornar as atividades, certo que com as restrições de higienização e distanciamento social, anterior à isso ficava entre os rios e exercícios de base em casa””, pontua. Em uma rotina normal o canoísta diz que passa cinco dias da semana dentro da água, em função da canoagem, realiza outra atividade longe da água em um dia, além de contar com uma folga semanal.

O cenário competitivo da modalidade também sofreu alterações. De acordo com Hayashi a CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem) cancelou as competições previstas para o primeiro semestre do ano e manteve dois eventos para os meses de novembro e dezembro.

Perguntado sobre o quanto o cenário pandêmico influenciou nas decisões, o canoísta é contudente. “”Certo que interfere, mas não me abalo com a situação atual, pois a própria modalidade já contou com anos muito ruins em virtude de desorganização da própria confederação. Campeonatos com etapa única, outras em que o rio não proporcionava uma boa prova, isso acaba desmotivando o atleta””, conclui Hayashi.

Em entrevista ao jornal O Estado, o atleta pontuou que os rios da região são a única alternativa de treinamento recorrida pelos atletas da categoria nesse momento. ““Tínhamos o Parque das Nações Indígenas como ambiente frequente de treinos, entretanto como o espaço está fechado em virtude dos últimos acontecimentos, buscamos nos manter ativos. O Rio Botas, próximo à Campo Grande tem sido um local buscado pelos praticantes nesse período e ali conseguimos fazer o treinamento de descida de acordo com as possibilidades apresentadas pelo rio””, disse o canoísta na quarta-feira (3).

Já o mergulhador há 15 anos, Marcos Meza atribui a paralisação das atividades à recessão econômica vivida pelo turismo e inviabiliza a retomada em virtude do modo em como as aulas e instruções são repassadas aos turistas. “Com atividades em Campo Grande, Bonito e Dourados, Meza ilustra a situação atual. “Como o mergulho está vinculado ao turismo, e este tem sido prejudicado em decorrência da COVID-19, as atividades seguem paralisadas e o lazer naturalmente fica em segundo plano. As aulas são conduzidas em grupo, os mergulhos contam com uma proximidade maior entre instrutor e o participante, e seguem aguardando a liberação dos órgãos sanitários para retomada””, afirma o mergulhador.

(Texto: Alison Silva)

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