Além do uso dos leitos, demanda é grande por respiradores e insumos
Campo Grande atua há quatro meses no combate ao novo coronavírus e os primeiros a sentir os sinais de sobrecarga no atendimento médico são os hospitais da rede privada. Entre os problemas, está o alto índice de ocupação de leitos, a dificuldade na criação de novas vagas e, ainda, a falta de medicamentos que são essenciais para que haja o funcionamento de toda a estrutura.
A Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul) e o Proncor atingiram 95% da capacidade disponibilizada para tratamento do novo coronavírus ao passo que a Unimed mantém sob controle os estoques de insumos, atendendo outras demandas.
O problema do aumento de internações começou a ser sentido há cerca de 20 dias, momento em que uma nova onda do vírus começou a ser identificada na Capital. Entre as causas prováveis para o alto índice de contaminação está o descuidado da população com as medidas de segurança. Segundo o presidente da Cassems, Ricardo Ayache, a estrutura disponibilizada em Campo Grande está perto do colapso, mas a instituição tem trabalhado para expandir o serviço.
“Nós temos 95% dos nossos leitos ocupados, dos 20 leitos de CTI [Centro de Terapia Intensiva], nós temos 19 ocupados, e mais 23 nas enfermarias, que são os pacientes menos graves, isso de 24 leitos disponíveis. Nós, agora estamos criando mais leitos de enfermaria e conseguimos equipamentos para a criação de mais seis leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva], mas, realmente, nós estamos chegando no limite da nossa capacidade, pois nem aparelhos existem mais a disposição”, disse ontem (16) em entrevista para a rádio CBN de Campo Grande.
Além dos leitos, existe a dificuldade em montar as equipes médicas. “As equipes estão em uma situação de exaustão e nós temos dificuldade em criá-las, mas quando nós abrimos novos leitos é porque estamos com isso tudo organizado, e, realmente nós estamos passando por um momento crítico”, pontuou.
Já o diretor administrativo do Proncor, Luiz Fernando Elias, destacou também para a rádio CBN que, mesmo com incremento no número de leitos no Estado ou no município, esse quantitativo não é repassado para a rede privada, que precisa trabalhar com a demanda que possui disponível. No caso desse hospital, é necessário ainda dar suporte para a prefeitura, pois um acordo foi firmado.
“Existe uma gama de respiradores viáveis para os 30 leitos de UTI. Nós fizemos um contrato com o Poder Público de ceder caso eles estejam disponíveis, mas isso não é uma garantia de leitos”, disse. “Eles só recebem esse leito se eu tiver vaga nesse momento”, destacou. A unidade disponibiliza 20 leitos exclusivos para o tratamento do vírus e, até ontem (16), contava com 95% da estrutura ocupada. A principal dificuldade em montar leitos está na compra de medicamentos. “Os medicamentos estão com preços astronômicos, e os que mais estão em falta são as medicações que servem para manter o paciente entubado”, explicou.
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(Texto: Amanda Amorim/Publicado por João Fernandes)