O governo do Estado acredita que vacina contra a COVID-19 chegará primeiro que a segunda onda da doença no Brasil. A informação é do secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende. A preocupação é porque a Europa já começou a apresentar, neste mês, registros diários de novos infectados. Após meses de estabilidade, os registros estão batendo recorde em diversos países.
Resende afirmou que como a primeira onda da doença chegou tardiamente no país, caso aconteça a segunda onda da COVID, a vacina contra o vírus já estará disponível para a população. “Acho que essa segunda onda nem vai chegar no Brasil, mas caso aconteça que já tenhamos uma vacina eficaz contra o vírus”, assegurou.
Para o secretário municipal de Saúde Pública, José Mauro, a Capital estará mais preparada para enfrentar um segundo pico da doença. No entanto, a preocupação maior é com a descrença das pessoas na doença.
“Agora que temos que cuidar para que não haja um aumento no número de casos, internação e óbitos, porque muitas pessoas estão agindo como se já tivesse voltado tudo ao normal. Até fakenews falando que não precisa mais usar máscara já está circulando nas redes sociais”, reiterou.
Conforme dados divulgados pela OMS (Organização Mundial de Saúde), na terça-feira (20), a Europa registrou 927 mil novos casos confirmados em 24 horas contra 798 mil das Américas. Somente a Itália teve mais de 11 mil novos casos confirmados na última segunda-feira (19).
Para conter o novo avanço da doença, países já começaram a tomar medidas de segurança. Na França, o presidente Emmanuel Macron já decretou toque de recolher em Paris e outras oito cidades do país. A restrição começou no sábado (17) e ficará vigente por, pelo menos, 1 mês.
Hospitais preparados
Principais personagens no pico do novo coronavírus devido o número de pacientes que necessitam de internação, tanto em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) quanto nos clínicos, a maioria dos hospitais de Campo Grande declararam estar preparados para uma segunda onda da doença no Brasil.
O hospital da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul) informou que, caso haja a segunda onda, já existe um protocolo para que, novamente, sejam ampliadas as equipes e reabertos os leitos de UTI. “A Cassems possui uma ampla rede de hospitais credenciados e, nesta pandemia, a articulação das diversas unidades hospitais foi imprescindível”, informou.
A Santa Casa presta serviços ao SUS e teve 10 leitos de UTI contratualizados pelo município para atender pacientes infectados. Segundo a unidade, depende de como as secretarias de Saúde vão demandar os pacientes para saber se o hospital estará preparada para um possível segundo pico da COVID.
Outro hospital contratualizado nesta pandemia pela prefeitura de Campo Grande é o Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Com 10 leitos de UTI destinados ao atendimento de pacientes COVID, o hospital alegou que continuará auxiliando o município com leitos caso ocorra uma segunda onda.
Já a diretora-presidente do HRMS (Hospital Regional do Mato Grosso do Sul), referência no tratamento da COVID-19 no Estado, Rosana Leite, garantiu que ainda é cedo para falarmos em segunda onda, mas que acredita que as dificuldades continuarão as mesmas.
“É cedo porque nem saímos da primeira onda ainda, agora que as taxas de internação de leitos de UTI estão diminuindo. No entanto, a dificuldade em adquirir medicamentos e ter recursos humanos necessários para o tamanho da demanda será igual quando tivemos o primeiro pico da doença aqui”.
(Texto: Rafaela Alves)