Enquanto ampliação de leitos não ocorre, rede privada segue lotada

Demanda é grande pelas vagas contratadas pelo município e de planos

Os hospitais da rede privada na Capital permanecem com a lotação máxima dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para pacientes com coronavírus. Com a ampliação dos leitos prometidos pela assessoria do Ministério da Saúde para os próximos dias, a ideia é que algumas unidades hospitalares tenham novas instalações para ampliar o atendimento. Enquanto ainda não há uma definição concreta de onde será feita a instalação dos novos leitos, alguns hospitais vão continuar operando no limite do atendimento.

A Santa Casa de Campo Grande atualmente conta com 90 leitos de UTI, dos quais 10 são para tratamento da COVID-19. Até ontem (4) esses 10 leitos estavam ocupados, enquanto as UTI’s normais, 95%. O hospital tem atuado como retaguarda do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) desde o início da pandemia, porém, com as limitações importantes no atendimento a falta de acompanhamento de doenças que são crônicas, tem gerado efeito no número de internações.

O superintendente da gestão médico-hospitalar, Luiz Alberto Kanamura, destaca que com o direcionamento de todas as demandas não COVID para o hospital, o atendimento básico-primário, que mantém doenças sob controle, se tornou deficitário, o que provocou a superlotação na instituição. “Apenas a Santa Casa realiza esses atendimentos em termos de urgência. O atendimento básico primário de pacientes com doenças crônicas, não estão sendo realizados de forma corriqueira, que controlavam a doença e impedia a emergência”, estabeleceu.

O aumento dessas solicitações, ligado a disponibilização de leitos para o tratamento de casos do novo coronavírus, a situação no hospital acabou se agravando. “Há três semanas, nós inauguramos os leitos de COVID, por solicitação de SES [Secretária de Estado de Saúde] e da Sesau [Secretária Municipal de Saúde Pública], esses 10 leitos foram preciso retirar os leitos de UTI normal. Além disso, eles precisam ter alta e receber um seguimento, [disponibilizado] em uma área isolada, isso tudo foi regulado e previsto, mas impacta nas outras área”, assegurou Kanamura.

No Hospital da Cassems, são 40 leitos de UTI disponibilizados para pacientes com COVID-19, mas não foi informado pela assessoria quantos estão sendo ocupados. Além disso, o a unidade conta com uma estrutura de hospital de campanha que está sendo muito utilizada na pandemia. “A estrutura é destinada exclusivamente para pacientes com agravos respiratórios, sendo um espaço para observação”, informou. Na Unimed, conforme o boletim da unidade, ontem, dos 30 leitos de UTI para COVID, 27 estavam ocupados.

Até ontem, o Proncor que tem 20 leitos de UTI para pacientes com COVID-19 estava com 100% de ocupação. Segundo a assessoria do hospital, ainda não há informações ou previsão de abertura e ampliação de novos leitos. Já no Hospital El Kadri também está com superlotação nos 10 leitos de UTI para pacientes COVID. A unidade informou ao jornal O Estado que o hospital não tem espaço para montar novos leitos de UTI, mantendo apenas os 10 leitos que já existem, sendo cinco da rede privada e cinco para atendimento SUS (Sistema Único de Saúde). O hospital do Pênfigo teve que montar um leito extra para atendimento a paciente com COVID-19. “Hoje o Pênfigo tem 11 leitos de UTI para pacientes com coronavírus. Eram 10 leitos, mas montaram um leito extra. E agora estamos com 110% de ocupação”, explicou a assessoria. Ainda segundo o hospital, estão previstos mais 10 leitos de UTI para o local. “Vamos receber dia 10 novos leitos”, concluiu.

(Texto: Dayane Medina e Amanda Amorim/Publicado por João Fernandes)

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