Cidade turística, Bonito pede estado de calamidade

Preocupados com a situação do município por conta da pandemia provocada pelo novo coronavírus, quatro novas cidades pediram para decretar estado de calamidade pública, sendo elas Aquidauana, Bonito, Miranda e Rio Negro. Conforme o município, a solicitação não se limita a ações de combate ao vírus, já que existe uma série de questões que surgem por conta das medidas implantadas para evitar o contágio.

O isolamento social afetou a principal forma de renda de Bonito, o turismo. Enquanto isso Aquidauana e Rio Negro não apresentam casos do vírus, porém estão cercadas por outras com casos confirmados. O pedido ainda precisa ser votado nesta semana pela Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) para que seja aprovado.

MS já tem 13 cidades com decreto. De acordo com o prefeito de Bonito, Odilson Arruda Soares, além de implantar medidas para combater a disseminação do vírus, que soma 49 casos confirmados, a cidade tem trabalhado para retomar as atividades turísticas, porém o período em que esteve parada, afetou de forma direta a economia.

Por conta disso, o pedido de estado de calamidade serviria também para auxiliar no apoio que a prefeitura, por meio da assistência social, tem levado para os moradores. “Nós temos nos preparado para conseguir tomar atitudes rápidas caso seja
necessário, sendo esse o principal motivo para solicitar o estado de calamidade. Fora que nós queremos aumentar o auxílio para a população, pois, com o turismo fechado, eles estão sem trabalhar e quem tem mantido é a assistência social e a prefeitura”, relatou.

O primeiro caso no município foi confirmado na primeira semana de maio e desde então as medidas de segurança foram reforçadas. “Nós estamos fazendo o possível para prevenir a cidade contra esse vírus, mas não tem jeito, ele acabou chegando, e desde então nós passamos 30 dias com barreiras por 24 horas, atualmente nós reduzimos esse total, mas nós continuamos com essa atividade”, assegurou.

Na tentativa de melhorar a situação da cidade, todo o setor do turismo tem produzido um plano para retomar as atividades, mesmo já estando liberado pela prefeitura. “Aqui, toda a estrutura está liberada para que possa funcionar normalmente, mas os próprios empresários optaram por esperar o mês de junho passar para retomar as atividades, portanto, conforme o que for apresentado no município neste mês, o turismo deve ser retomado em julho”, destacou Odilson.

Município sem casos

Rio Negro é um dos municípios que ainda não apresentam casos do novo coronavírus. Porém, o prefeito, Cleidimar da Silva Camargo destaca que o vírus circula pelos municípios vizinhos, e entre eles o que mais apresenta casos é São Gabriel do Oeste, separado por 60 km, em que a relação entre as cidades é muito próxima, já que muitos se deslocam entre elas todos os dias para trabalhar. “Nós estamos trabalhando para retardar a chegada do vírus no município, mas é muito difícil, pois nossas cidades vizinhas já apresentam casos. Nossa relação com a cidade de São Gabriel é muito próxima”, ressaltou.

Com o comércio local atuando com restrições, e com a redução no número de pessoas no município, a economia foi afetada pela crise do COVID-19. “O estado de calamidade é para prestar suporte à economia e também investir em ações para lidar com o vírus, ainda mais para um município pequeno como o nosso, que possui uma dependência enorme do Estado e do governo federal”, pontuou Cleidimar.

(Texto: Amanda Amorim)

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