Trechos aéreos de ida e volta de MS estão 50% mais caros

Aeroporto
Valentin Manieri

Com retomada do setor, preços das passagens explodiram em dois anos

Comprar uma passagem aérea nos próximos meses pode frustrar os planos de quem tinha a intenção de viajar após o início da vacinação e a melhora nos números da COVID-19. Em comparativo com 2019, ano anterior à pandemia, os preços pesquisados neste ano saltaram mais de 50% somente em trechos com saída de Campo Grande. Ainda de acordo com o Viajanet, planejar uma viagem com destino à Capital ficou 43,21% mais caro que há dois anos.

Segundo apuração realizada pelo jornal O Estado, o custo do trecho de ida e volta de Campo Grande a São Paulo (Congonhas) era de R$ 900 em dezembro de 2019. Agora, a mesma configuração de viagem tem o valor de R$ 1.426 para o intervalo entre 26 e 30 de dezembro deste ano. A diferença de preço representa um encarecimento de 58,4% para o período.

A tendência de alta também foi observada mais recentemente, quando a variação de preços de viagens com destino à Capital de Mato Grosso do Sul atingiu 57% entre maio e agosto de 2021. Antes, o custo da passagem estava em R$ 757,75, e em agosto a cotação indicava o valor de R$ 1.190,29. Felipe Cezario, que é servidor público, revelou que comprou uma viagem para ele e sua esposa, por R$ 1.200 cada, de ida e volta para Santiago, no Chile, no início de 2020. Mas, em virtude da crise sanitária mundial, teve de alterar os planos e decidiu trocar o destino para um que fosse nacional.

“Essa viagem aqui, que vai ser nacional, está custando R$ 1.200 para cada um, agora. Antes, o valor era o mesmo, mas a diferença é que a gente estava indo para o Chile. Lá, ficaríamos dez dias, mas agora a gente vai ficar sete dias. A inflação está no mundo inteiro. A pandemia afetou a produção e agora o mundo todo está assim”, explicou Cezario.

Para a aposentada Rosana Rosa Costa, que já estava de saída no aeroporto da Capital para embarcar em seu voo, os motivos dos recentes aumentos estão relacionados à atual demanda da população em cumprir com compromissos que foram prejudicados por causa das restrições impostas durante períodos críticos da pandemia.

“Os preços aumentaram muito, todas as passagens encareceram. E eu acredito que seja porque muitas pessoas estão viajando agora, depois da pandemia, e as companhias estão aproveitando. Sou de Brasília e viemos para um casamento aqui em Campo Grande. As pessoas querem viajar, e quem não casou no ano passado está casando agora, por exemplo”, disse.

Trechos Domésticos

No cenário nacional, as variações atingem patamares de valores mais altos. Para a cidade de Natal (RN), por exemplo, no período entre maio e agosto deste ano a diferença nos bilhetes explodiu em 80%. O levantamento realizado pelo Viajanet também mostrou que, no mesmo intervalo, João Pessoa (PB) registrou alta de 75,5%, Maceió (AL) 72,1%, Jericoacoara (CE) 70,8%, e Salvador (BA) 69,4%.

As explicações para o fenômeno de encarecimento das passagens aéreas são diversas, como a desvalorização do real perante o dólar, inflação acelerada e aumento dos combustíveis. Ainda, segundo especialistas, até mesmo os prejuízos decorrentes das medidas de biossegurança na pandemia, enfrentados pelas empresas do segmento, estão, agora, sendo repassados para o consumidor final. (Felipe Ribeiro)

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