Tragédia anunciada: 5º vítima de Feminicídio em MS possuía medida protetiva contra o ex

Albynna era monitora de alunos e estava indo para o trabalho quando foi esfaqueada. (Foto: Reprodução | Redes Sociais)
Albynna era monitora de alunos e estava indo para o trabalho quando foi esfaqueada. (Foto: Reprodução | Redes Sociais)

Morta a facadas pelo ex-marido, Albina Freitas Ribas, 49, entra para as estatísticas como mais uma vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul. Desde o início de 2023, cinco mulheres foram mortas de forma violenta, a maioria, por companheiros ou ex-companheiros.

Feminicídio é o assassinato de mulheres por questões de gênero; ou seja, quando a vítima se identifica como mulher e quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Dados do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) apontam que 90% dos assassinatos de mulheres são considerados feminicídios íntimos, ou seja, quando autor do crime é ou foi companheiro ou possui relações com a vítima.

O caso mais recente ocorreu na tarde de ontem (28), no bairro Nova Lima e reforça os dados apresentados. Albina Freitas, trabalhava como monitora de alunos de uma escola infantil da Capital e seguia para o trabalho, quando foi abordada pelo ex, Jair Paulino da Silva, no meio da rua. Em posse de uma faca, ele desferiu vários golpes na região do pescoço, peito e costas da vítima, ela chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital, as vésperas de completar 50 anos.

Há cerca de um mês, Albina havia registrado queixa de violência doméstica e solicitado medida protetiva contra o Jair Paulino. Em nota, a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), confirmou que foram registrados dois boletins de ocorrência contra o autor, tendo sido solicitadas e deferidas medidas protetivas de urgência, contudo os mecanismo de proteção do Estado não foram eficazes para proteger a vítima, o que culminou em mais uma tragédia anunciada.

O autor, Jair Paulino da Silva foi detido e encaminhado para a Deam. Conforme a delegada Karen Viana de Queiroz, responsável pelo caso, a princípio o crime se tratava de tentativa de feminicídio, mas com a confirmação da óbito, o autor irá responder pelo crime de feminicídio e deve permanecer em prisão preventiva.

A Lei 13.104 conhecida como Lei do Feminicídio, foi aprovada em 2015 e torna o assassinato de mulheres por questões de gênero um crime hediondo, sob pena de 15 a 30 anos de reclusão.

Desde o início deste ano, Mato Grosso do Sul registrou cinco caso de feminicídio e 3.135 ocorrências de violência doméstica. Somente na Capital foram 1.081 ocorrências e dois feminicídio. Em 2022 foram contabilizados 43 casos de feminicídio e 19.658 ocorrência de violência doméstica.

Serviço:

Disque 180
O Disque-Denúncia, criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), permite denunciar de forma anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central chegam ao Ministério Público.

Disque 100
Para casos de violações de direitos humanos, o disque 100 é um dos meios mais conhecidos. Aliás, as denúncias podem ser feitas de forma anônima para casos de violações de direitos humanos.

Casa da Mulher Brasileira

Vítimas de violência também podem recorrer à Casa da Mulher Brasileira, localizada na
Rua Brasília, lote A, quadra 2, s/ Nº – Jardim Imá – Campo Grande (MS) – Telefone: (67) 2020-1300

Com informações da repórter Mariely Barros.

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