Temperaturas oscilam em Campo Grande entre 36,1ºC e 40,7ºC

Fotos: Marcos Maluf
Fotos: Marcos Maluf

Equipe de reportagem foi às ruas para conferir a sensação térmica

Para amenizar o calor, as pessoas têm feito de tudo um pouco, entre tomar muita água, vários banhos ao dia, toalhas molhadas espalhadas pelo quarto e um bom tereré. A reportagem percorreu alguns pontos de Campo Grande e ouviu a população. Com a ajuda de um termômetro cedido pela Universidade Dom Bosco, foi possível medir a temperatura. 

O primeiro ponto percorrido pela reportagem foi o cruzamento da avenida Afonso Pena com a rua 14 de Julho. O aposentado Ângelo Domigues, de 60 anos, diz sair de casa sempre com uma garrafa de água em mãos, para conseguir amenizar o calor. Nesse local, o termômetro registrou 40,2 ºC.

O Mercadão Municipal é conhecido em toda a Capital e, nesta sexta-feira (22), os termômetros alcançaram os 39,3ºC. A dona de casa Rosimeire Rigoli, de 57 anos, revela que, para aguentar os dias quentes, só mesmo com muitos banhos, ao longo do dia. “Todo cuidado é pouco, estou sempre atenta aos animais que precisam de atenção redobrada, água a todo momento”, revelou. 

A estudante Giulia Nascimento, de 14 anos, aproveitou o dia de sol e calor para se refrescar na praça Belmar Fidalgo. No local, os termômetros registraram 39,08 ºC. “Costumo sair da escola e passar na praça para jogar bola. Como hoje estava muito calor, resolvi tomar uma ducha com meus amigos”, ressaltou.

Considerado um dos pontos mais quentes – o cruzamento da rua Rui Barbosa com a Barão do Rio Branco, os termômetros registram 40,03 ºC. A aposentada Vera Lúcia, de 63 anos, revela o que tem feito para sobreviver ao calor. “Em casa, é ventilador ligado o dia inteiro e um bom tereré gelado. Costumo deixar balde de água dentro de casa”, afirmou.

A dona de casa Ariele Quintana, de 34 anos, é moradora da cidade de Aquidauana e, nesta sexta-feira (22), veio até Campo Grande, no CEM (Centro Especializado Municipal). No local, estava marcando 36,1ºC. “Na minha cidade é quase impossível sobreviver, por mais que tenha rios. Passei o dia tomando água. Só assim para aguentar.”

A reportagem também esteve nas proximidades da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), na avenida Tamandaré, onde o termômetro registou 40,7ºC, sendo a maior temperatura registrada.

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu ontem (22) três alertas climáticos. O primeiro, foi um alerta vermelho, que indica um grande perigo provocado por uma onda de calor, com temperatura 5ºC acima da média, por período maior do que 5 dias e risco à saúde em todos os 79 municípios do Estado. O segundo alerta (laranja), indica que é necessário redobrar os cuidados com a saúde, uma vez que a umidade relativa do ar está variando entre 20% e 12%, causando risco de incêndios florestais e à saúde, com problemas de ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz. O último alerta também faz referência à umidade relativa do ar, variando entre 30% e 20%, com baixo risco de incêndios florestais e à saúde.

Conforme Valesca Fernandes, coordenadora do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima do Estado do Mato Grosso do Sul) da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), existem diversos fatores que podem impactar a sensação térmica. “A sensação térmica é a temperatura que realmente sentimos, sendo seu valor influenciado, principalmente, pela velocidade do vento, mas também pela umidade e densidade do ar, dentre outros fatores climáticos”, explicou. 

Para amenizar o calorão, estudantes recorreram ao chuveiro da praça Belmar Fidalgo. Fotos: Marcos Maluf

Número de atendimentos por calor excessivo aumenta em São Paulo

As tendas instaladas em pontos estratégicos da cidade de São Paulo, para oferecer abrigo às pessoas em situação de vulnerabilidade e amenizar o impacto do sol e do calor excessivo atenderam 797 pessoas no segundo dia da Operação Altas Temperaturas (OAT), nessa quinta-feira (21). Foram atendidos 292 idosos, 31 crianças e 55 adolescentes. No dia anterior, 340 pessoas haviam procurado o serviço.

No segundo dia da operação, os termômetros registraram até 33,9°C. A ação será realizada sempre que as temperaturas atingirem 32ºC, ou sensação térmica equivalente. Similar à Operação Baixas Temperaturas (OBT), a atual é uma iniciativa da prefeitura em parceria com o governo paulista e com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

No total, entre 10h e 16h de ontem (22), as equipes da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social fizeram 10.805 atendimentos, com distribuição de 23.427 itens, sendo 9.883 garrafas de água, 2.611 frutas e 8.266 bonés. No primeiro dia, no mesmo período, foram feitos 3.976 atendimentos e distribuídos 6.475 itens, sendo 3.738 garrafas de água, 2.527 frutas e 210 bonés.

As tendas foram instaladas na Praça da República e Praça Marechal Deodoro (região central), Praça Floriano Peixoto, nº 54 (Santo Amaro), Praça José Boemer Roschel (Capela do Socorro), Avenida Cruzeiro do Sul, nº 3.180 (Santana), Praça Novo Mundo (Vila Maria), Praça Presidente Getúlio Vargas, s/n (Guaianases), avenida Musgo de Flor com avenida Imperador, embaixo do viaduto Jacu Pêssego (Itaquera), Praça Cid José da Silva Campanella (Mooca) e rua do Curtume, s/n – esquina com Guaicurus (Lapa).

De acordo com a prefeitura, o foco da ação é convencer as pessoas a procurarem o atendimento para se abrigarem do sol e receberem água e alimento.

Fotos: Marcos Maluf

 

Por Thays Schneider – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul

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