Decisão será em todo o Estado e candidatos serão decididos localmente
A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), disse, em coletiva de imprensa, ontem (15), que o acordo de aliança entre MDB e PSDB, visando às eleições municipais de 2024, está selado. Tebet afirma que o pacto estava entre suas missões, na vinda a Mato Grosso do Sul. A declaração foi feita ao lado do governador, Eduardo Riedel (PSDB), durante a entrevista a jornalistas, no Receptivo da Governadoria, no Parque do Prosa. Antes disso, a ministra participou de reunião a portas fechadas com lideranças do PSDB, governador e secretários do primeiro escalão.
A ministra foi questionada sobre possível aliança do MDB com o PSDB, no Estado, mesmo ela fazendo parte da gestão do governo do PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E a ministra deu sinal positivo, porém com ponderações, a seu respeito. “Vou ser a madrinha dessa união. Vim aqui em nome do MDB Nacional, só para selar esse acordo. Ele foi feito em nível regional. Vocês sabem da forma como eu procedo. Não tenho hábito de me envolver em questões político-partidárias, respeitando a decisão dos presidentes das executivas dos partidos.”
Tebet destacou que a questão foi tratada pela executiva do PSDB e do MDB e que ela recebeu o convite dos diretórios, para selar o acordo. Sobre o fato de estar no cargo de ministra do Planejamento e Orçamento, a convite do presidente Lula e os motivos de o MDB não procurar firmar aliança com o PT de MS, Tebet diz que a questão cabe aos presidentes de diretórios e que não teve participação nas negociações políticas do Estado.
“Se o próximo passo vai ser dialogar e conversar com o PT, cabe aos presidentes dos partidos decidirem. De minha parte, só irei de muito bom grado comemorar esse acordo. E eu não tenho participação nenhuma nesse acordo, que foi feito e sacramentado.”
Antes da coletiva, a ministra Simone participou de reunião com o governador, secretários e com o presidente regional do PSDB, o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB.
Como será a aliança?
O ex-governador Reinaldo Azambuja apontou que mantém conversas com lideranças do MDB, a fim de articular os rumos partidários em Mato Grosso do Sul. “Estou organizando, como presidente do partido. Estamos dialogando internamente e também com aliados, conversando com partidos aliados, que ajudaram na eleição do Eduardo e estiveram conosco, conversando com quem não esteve conosco para compor aliança para eleições de 2024 e 2026. A arte da política é conversar, então, estamos fazendo esse diálogo, conversando bem com o MDB. Já fomos aliados, no passado e é possível a gente recompor de novo.”
Para o ex-governador Reinaldo Azambuja, a depender do município, será feita aliança e outros não, para não ferir identidades locais. “Tem lugar que é possível fazer aliança e tem lugar que é impossível. Temos de ver bem a realidade de cada local. Estamos amadurecendo, conversando com André [Puccinelli], com o ex-senador Moka, com os deputados eleitos pelo MDB e, inclusive, com a ministra Simone, que está amadurecendo um bom diálogo com eles.”
O presidente regional do MDB, deputado Junior Mochi, afirma, ao jornal O Estado, que o partido definiu sobre a necessidade de concorrer com chapas de vereadores, nos 79 municípios, para eleger representantes no maior número de cidades possível. A meta é eleger 150 vereadores. Sobre as prefeituras, a aliança com o PSDB visa concorrer com chapas majoritárias com candidatos a vice, onde o ninho tucano é mais forte e com candidatos a prefeitos, onde a base é do MDB. “Temos de focar nossa atenção nas cidades onde temos candidaturas competitivas. Senão, a gente pulveriza muito e acaba não tendo um bom resultado.”
O MDB perdeu um pouco do poderio político no Estado, por isso a opção pela aliança foi uma saída, para se reerguer politicamente, após sequências de derrotas nas últimas eleições. Sobre a composição, o ex-governador André Puccinelli (MDB) destaca que “é uma conversa que partiu de ambos os lados”.
Por Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.
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