Superávit brasileiro se mostra 140,1% melhor em relação ao ano passado

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Colheita de soja. Governo retoma Programa de Estoque Público de Alimentos. Foto: Wenderson Araujo/Trilux

Baixa importação de combustíveis e safra recorde de soja são os responsáveis 

O mês de novembro se iniciou com resultados positivos para o Brasil. Afinal, no dia 1º de novembro, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços informou que o mês de outubro foi fechado com superávit de US$ 8,959 bilhões, ou seja, resultado da queda nas importações de combustíveis e pela safra recorde de soja, que representa uma alta de 140,1% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Em dez meses, o acumulado do superávit atingiu a marca de US$ 80,212 bilhões em outubro, o maior resultado para o período desde o início da série histórica, em 1989. Já na avaliação mensal, as exportações ficaram estáveis e as importações despencaram no mês, com US$ 29,484 bilhões para o exterior e recuo de 0,7% em relação ao mesmo mês de 2022 pelo critério da média diária.

Do lado das exportações, a safra recorde de grãos e o aumento da produção de petróleo compensaram a queda internacional no preço de algumas commodities. As importações foram responsáveis pelo recuo no preço do petróleo e seus derivados.

Agronegócio e contribuição 

No setor agropecuário, a safra recorde de grãos pesou mais nas exportações. O volume de mercadorias embarcadas subiu 28,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O destaque foi a soja, cujas exportações subiram US$ 559,3 milhões e o volume de embarques aumentou 31,8%, mesmo com o preço médio caindo 14,9%.

O economista do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho, Staney Barbosa Melo, argumenta que o recorde se explica pela conjuntura internacional. “Há hoje, no mundo, uma pressão muito forte de recuo na capacidade de crescimento dos países desenvolvidos. O banco central americano, por exemplo, está mantendo as taxas de juros de seus títulos em 5,5% ao ano, o que reduz a quantidade de dólares no mundo, impactando o poder de compra de outras moedas, ao redor do mundo. Com a queda no valor das moedas houve também uma redução do poder de compra relativo desses países que, por consequência, estão importando menos este ano”, esclarece.

Conforme avalia Melo, o Brasil tem importando menos em decorrência da diminuição do poder de compra em razão da moeda e, ao mesmo tempo, tem exportado mais.

“Mesmo em um cenário de retração econômica, os preços da soja no Brasil estão muito atrativos no exterior. O resultado dessa conjunção de fatores é o que explica o superávit que estamos vendo desde agosto deste ano. Deste resultado, uma parcela pode ser atribuída ao bom desempenho do agronegócio, sobretudo pela safra recorde que tivemos este ano, de aproximadamente 323 milhões de toneladas de grãos. Em outubro, houve alta de 28,8% no volume exportado. As remessas de soja, por exemplo, tiveram um saldo positivo de US$ 559,3 milhões em comparação a outubro do ano passado”.

Por – Julisandy Ferreira, Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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