A senadora Simone Tebet (MDB-MS) disse que as investigações da CPI da Covid podem dar origem à nova apuração, dessa vez sobre esquema de rachadinhas. A congressista faz parte bancada feminina da comissão.
“Nós temos, sim, condições de entregar o relatório para aquilo que foi o objeto principal. Mas, no meio do caminho, apareceram várias pedras, vários esquemas e a cada dia aparecem outros. Enquanto estamos fechando essas caixinhas, outras surgem”, declarou a senadora em entrevista ao jornal Correio Braziliense, publicada nesta quarta-feira (8).
Segundo Tebet, a CPI da Covid está agora focada em finalizar os trabalhos. “Paralelamente a isso e, muito mais grave, é que a CPI pode dar margem a uma outra CPI, por conta dos personagens –principalmente esse Marconny [Faria], ligado à advogada do presidente [Karina Kufa], que tem relação com o filho 04 [Jair Renan Bolsonaro]”, falou.
Reportagem da Folha de S.Paulo publicada em 1º de setembro mostra que Jair Renan teve auxílio de Marconny Faria para abrir empresa. Mensagens obtidas em investigação do MPF-PA (Ministério Público Federal do Pará), em posse da CPI, mostram que ele encaminhou um passo a passo para fraudar uma disputa de dispensa de licitação do Ministério da Saúde a José Ricardo Santana, ex-secretário da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Senadores veem Faria e Santana como lobistas posicionados em ambas as pontas do processo de contratação pública. “Podemos estar diante também de novos esquemas de corrupção, não ligados à pandemia e relacionados a rachadinhas. Isso vai significar, provavelmente, que o Congresso abra outras CPIs, como a CPI da Rachadinha –pode envolver o senador [Flavio Bolsonaro], que manteria o esquema mesmo exercendo o atual cargo”, afirmou Tebet.
Flávio Bolsonaro foi denunciado no ano passado pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e peculato (uso de dinheiro público para fins pessoais). A denúncia ainda não foi aceita pelo TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro).
A investigação mira repasses de salários de servidores do antigo gabinete de Flávio na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) ao ex-assessor Fabrício Queiroz, prática conhecida como rachadinha.
Simone Tebet afirmou que a CPI tem “a confirmação da omissão dolosa do governo federal na condução da pandemia, no atraso da compra de vacinas eficazes e eficientes, na omissão de um planejamento e coordenação nacional, que é de responsabilidade exclusiva da União”. Acesse também: Secretaria orienta quem perdeu data da 1ª dose a procurar vacinação
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(Com informações do Poder 360 com Correio Braziliense)