A vacinação contra COVID-19 para crianças entre 5 e 11 anos pode ter uma logística diferente da utilizada para adultos em Campo Grande. De acordo com o secretário municipal de Saúde, José Mauro, a prefeitura estuda implantar polos de vacinação nas escolas para imunizar este público. Uma reunião para discutir o tema será realizada ainda nesta quarta-feira (5).
Em entrevista ao O Estado Online, Mauro explicou que a medida reque grande análise em função da infraestrutura que teria que ser montada nas escolas. “Teremos uma reunião hoje com a secretaria municipal de Educação para a gente fazer alguns polos dentro das escolas, antes do retorno das aulas”, comentou.
A maior preocupação da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) é a montagem de uma sala para atendimento caso o aluno tenha algum tipo de reação. “Vamos ver a viabilidade disso porque tem que levar equipamentos, médicos, tem que ter uma retaguarda de ambulâncias, enfim, precisa de uma ter uma estrutura diferente porque a escola não é preparada para isso”, esclareceu.
Inicialmente, o estudo da implantação visa, por enquanto, apenas unidades da Reme (Rede Municipal de Ensino) e, eventualmente, escolas particulares. No caso das escolas da REE (Rede Estadual de Ensino) a medida teria que ser discutida com a SED (Secretaria de Estado de Educação).
Independente da implantação dos polos, Mauro afirmou que a imunização das crianças será feita nos postos de saúde assim que a vacina desembarcar em Campo Grande.
Vacinação de crianças
O tema causou polêmica no Brasil após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberar, em 16 de dezembro, a vacinação contra COVID-19 de crianças entre 5 e 11 anos com o imunizante da Pfizer.
A medida foi questionada pelo presidente Jair Bolsonaro, o que levou o Ministério da Saúde a fazer uma consulta pública. Tanto o presidente quanto o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disseram, em dezembro, que não havia motivos para adoção de uma medida emergencial sobre a imunização de crianças. Inicialmente, a pasta federal preconizou que era necessário permissão dos pais e prescrição médica para que uma criança fosse imunizada.
A consulta pública do Ministério da Saúde encerrou a consulta pública no último domingo (2). Ontem (4), foi realizada uma audiência pública sobre o tema e, nesta reunião, secretária extraordinária de Enfrentamento à COVID-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo, anunciou que a maioria foi contra a solicitação de prescrição médica para vacinar crianças.
Ainda na última terça-feira, o ministro da Saúde anunciou que as doses da Pfizer para vacinação infantil devem chegar a partir de 10 de janeiro. O documento final determinando como deve ser realizada a imunização das crianças está previsto para ser divulgado nesta quarta-feira.