SES defende obrigatoriedade da vacina contra a COVID-19

Secretário estadual afirma que proteção é para a coletividade

O secretário de Saúde do Estado, Geraldo Resende, defendeu a vacinação compulsória da COVID-19 em Mato Grosso do Sul. Segundo o titular da SES (Secretaria de Estado de Saúde), assim que uma vacina estiver disponível, será proposto a obrigatoriedade de imunização, não só para proteger a vida particular como a sociedade.

“Seja ela trabalhada no Instituto Butantan, Oxford, Janssen, uma dessas que estão em estágio avançado de pesquisa, aqui em Mato Grosso do Sul, nós haveremos de seguir o que recomenda a ciência sendo o uso compulsório da vacina, essa é a indicação que eu vou fazer”, disse o secretário na live de ontem (19).

Ao jornal O Estado, o secretário destacou que é preciso ter uma política de imunização, entendendo que a vacinação não é de escolha individual das pessoas. “Neste momento, a vacina não pode ser de liberação da pessoa, precisa ser entendida a política de saúde coletiva. O indivíduo vai se imunizar para se proteger e proteger outras pessoas”, comentou.

Geraldo ressaltou que o PNI (Programa Nacional de Imunização) é referência no mundo todo, erradicando doenças que vitimaram muitas pessoas no passado como a poliomelite e sarampo. Em função disso, ele defende que a vacina da COVID-19 seja de caráter compulsório em todo país.

Para o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, ainda é cedo para cogitar vacinação compulsória visto que empresas começaram a se unir para produção das doses. “A obrigatoriedade é uma situação difícil de se colocar, existe a questão legal disso, além de posicionamento federal a respeito. Após a aprovação dela, vai existir um direcionamento de finança, quanto distribuição e operacionalização”, apontou.

Ainda segundo o secretário, a própria sociedade vai impor essa necessidade, seja quando uma pessoa precisar viajar para uma determinada região que teve surdo da doença e nessa situação cabe a obrigatoriedade, ou quando uma empresa exigir do funcionário.

“Não dá para politizar uma situação que ainda não está definida, o assunto é nebuloso, mas sabemos que não podemos obrigar a pessoa tomar uma vacina, isso não acontece nem com as já existentes, imagina uma nova. É o livre arbítrio”, acrescentou.

União vai comprar 46 milhões de doses da CoronaVac

O governador Reinaldo Azambuja, junto ao secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, participaram da reunião com o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre a adoção da vacina chinesa, produzida em parceria com o Instituto Butantan, no programa de imunização do SUS (Sistema Único de Saúde).

A discussão ocorreu na tarde de ontem (20) e terminou com o anúncio da compra de 46 milhões de doses da CoronaVac para a rede pública. Ao todo, 24 governadores participaram da reunião.

Conforme as informações divulgadas pelo Uol, Pazuello afirmou que a vacina será incluída no PNI (Programa Nacional de Imunizações). “Temos a expertise de todos os processos que envolvem esta logística, conquista ao longo de 47 anos de PNI. As vacinas vão chegar aos brasileiros de todos os estados”, disse.

Geraldo Resende comemorou a decisão do Ministério da Saúde. “Isso deu um certo alívio e uma segurança. Primeiro, manter a unidade do sistema único de saúde e, segundo, que essa é nossa grande preocupação, de alguns estados terem uma corrida para vacinar sua população e deixar outros estados fora desse processo. Essa foi uma boa posição do Ministério e uma conquista para todos”.

A CoronaVac está em fase 3, que é quando as doses são testas em milhares de pessoas. Por estar em processo avançado, a previsão é que a vacinação comece em janeiro de 2021. Antes disso, a eficácia e segurança devem ser comprovadas.

(Texto: Dayane Medina com Raiane Carneiro)

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