Sequelas da COVID-19 vão além da fadiga, afirma especialista

Mato Grosso do Sul tem, aproximadamente, 100 mil pessoas recuperadas do coronavírus, é o que mostra o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde, do Governo do Estado. Os dados são positivos e revelam um alto indicador da recuperação da doença, porém a Covid-19 tem deixado algumas sequelas na saúde da população que vão além da fadiga.

Para a infectologista, integrante do COE/MS, Mariana Croda, que participa de um projeto de pesquisa sobre o assunto, as sequelas podem atingir inclusive pacientes com poucos sintomas ou assintomáticos. “A principal  é a fadiga, esse cansaço, que pode durar alguns meses, mas é algo persistente. Vale ressaltar que ainda não temos um acompanhamento a longo prazo para definir qual o período que essas sequelas ficam, e se elas são permanentes, ou não”.

Segundo Mariana, há relatos de perda do olfato e paladar por mais de seis meses depois da doença e ainda sem a recuperação completa desses sintomas. “ O vírus causa manifestações neurológicas e isso pode se manifestar de várias formas: dores crônicas, dor de cabeça. Estamos vendo também outras doenças, como as de saúde mental, que também pode estar relacionado: depressivos, episódios de psicose, que também estão acompanhando a covid”.

Outra linha de estudo aponta para doenças de cunho autoimune, no pós-covid. “Quando seu corpo começa a produzir substancias não reconhecendo você como você mesma e ataca alguns locais e isso inclui as dores articulares, as artralgias, que são os problemas nas articulações, as artrites e algumas outras manifestações mais graves”.

A cabeleireira Cláudia Macieira de Andrade, de 48 anos, é um exemplo de que as marcas da doença podem durar mais do que o esperado. Ela pegou a doença em agosto e, agora, em dezembro, ainda sente alguns sintomas. “Ainda não tenho 100% do olfato, tive que entrar com remédio para o sistema nervoso calmante e ainda tomo. Meu ciclo menstrual foi interrompido por dois meses”, comenta.

Reabilitação – Mariana Croda ressalta que os casos mais graves ainda passam por uma outra questão, a reabilitação. “Nos pacientes que ficam na UTI, entra a reabilitação referente à doença pulmonar, que pode também ser permanente, causando fibrose pulmonar”.

Com informações do governo

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