De carona, carros de aplicativo, mototáxi, bicicleta ou até mesmo a pé. Essas foram as soluções buscadas pelos campo-grandenses que precisavam trabalhar em meio à paralisação dos trabalhadores do transporte público.
O técnico em computação Guilherme Fernandes, 20 anos, aproveitou a bicicleta guardada em casa para ir ao trabalho, ao saber que não haveria o transporte público.
“Normalmente levo cerca de 1h30 para chegar ao serviço quando estou de ônibus, mas é sempre bom ter um ‘plano B’ para quando ocorrer esse tipo de coisa. Já aconteceu de perder o horário do ônibus e eu vir de bicicleta, que levo uns 40 minutos para chegar. A gente tem que se virar, eles estão no direito deles de fazer greve, mas infelizmente quem sofre somos nós”, disse o jovem.
Já a doméstica Cloai Andrade, 42 anos, que mora no Jardim Noroeste, optou por sair mais cedo de casa e ir para a residência onde trabalha andando. “Meu trabalho não fica muito perto daqui, mas, como eu soube ontem à noite que não teria ônibus hoje, minhas duas opções eram ir de uber ou ir a pé. O tempo estava firme, sem previsão de chuva, então resolvi vir andando mesmo. Sai mais cedo, que assim consigo ir caminhando com tranquilidade, e ainda chego no horário”, contou à reportagem.
Compartilhando da mesma ideia de dona Cloai, o jovem Marcos dos Santos, 19 anos, que trabalha com vendas em uma loja no centro da cidade, também havia pensando na possibilidade de ir a pé para o trabalho, mas acabou recorrendo aos carros de aplicativo.
“Moro na Vila Planalto, que não é muito longe aqui do Centro, mas, como eu só entro no serviço às 10h, o sol já estava mais quente, e acabei pedindo um Uber. Por incrível que parece o valor não estava dinâmico, com preços mais altos que o normal, mas para compensar, os carros estavam demorando bastante. Levei uns 10 minutos para achar um carro que aceitasse minha corrida, mas no fim deu tudo certo, cheguei até um pouco antes do horário de bater o ponto”, relatou aliviado.
A paralisação havia sido anunciada na terça-feira (17), quando o Consórcio Guaicurus ainda tentou impedir a manifestação recorrendo à Justiça, por meio de uma “ação de interdito proibitório”.
Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, Demétrio Ferreira de Freitas, os ônibus não saíram de nenhuma das garagens da Capital. Nos terminais Bandeirantes e Morenão, nem as grades de proteção haviam sido retiradas. Com a greve, cerca de 300 ônibus ficaram parados no dia de ontem e 1,5 mil funcionários aderiram à greve.
Por Brenda Leitte – Jornal O Estado do MS.
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