Seguindo recomendação do Conass, SES não quer Carnaval em MS

Carnaval pode voltar em 2022 em MS
Divulgação

Com o anúncio do governador Reinaldo Azambuja para pacote de recursos para o Carnaval 2022, a própria SES (Secretaria de Estado de Saúde) vai contra a decisão da festa em Mato Grosso do Sul. Em discussão com as autoridades estaduais de Saúde do país, o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) também não aprova a realização do evento e deve soltar nota oficial não recomendando a folia.

“Nós não temos definição ainda, mas estou seguindo a orientação do Conass, no qual fizemos uma discussão muito rápida e entendemos que não é hora de liberarmos o carnaval em lugar nenhum no país. O conselho vai soltar nota oficial para os governos se atentarem para que não tenhamos uma nova onda de COVID no país”, comentou o secretário Geraldo Rezende.

Foto: Valentin Manieri/Arquivo OEMS

Segundo ele, o Brasil ainda não tem um percentual elevado de vacinação para esse tipo de liberação de festa e é ruim ver milhares de pessoas indo para o carnaval em um país que tem residuais da doença e vários grupos que ainda não se vacinaram.

“É importante cuidar, pois uma nova onda pode vir neste fim de ano, após o réveillon que é muito comum ter aglomeração assim como o carnaval, momento em que pode ressurgir a pandemia. Então, eu participo de um comitê com vários secretários, no qual será apontado que isso [carnaval] não é hora e vamos discutir isso dentro do Prosseguir”, afirmou o secretário.

 

Riscos do carnaval

Para o infectologista Júlio Croda, antes da decisão pelo carnaval, é importante acompanhar os indicadores da vacina e doença no Estado.

“Mato Grosso do Sul ainda não tem um indicador confortável de vacina, pois tem que chegar a 80% de sua população imunizada e não saímos da casa dos 70%, a gente espera que até o carnaval atinja [esse percentual], então é importante que esse compromisso de festa de carnaval esteja condicionado a este indicador, pois esse tipo de ação faz a população pagar o preço do aumento da transmissão”, comentou.

O infectologista diz que os riscos são maiores na Capital, visto que em comparação com algumas cidades do interior a imunização não atingiu o quantitativo necessário para liberar a festa.

“A orientação é vacinar, a pessoa vai aglomerar, não vai usar máscara, não é uma festa segura no ponto de vista de transmissão, mas se a pessoa quer correr o risco, pelo menos esteja imunizado. E cuidado redobrado para as pessoas que não tomaram nenhuma dose, pois são mais vulneráveis, assim como quem não tomou a segunda e terceira dose que também correm riscos”, enfatizou.

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