Secretário de Saúde promete que vai vacinar toda a população de MS até o mês de agosto

Geraldo Resende live

Retomada da aplicação foi marcada por filas quilométricas nos pontos de imunização da Capital

O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, informou, ontem (18), que espera vacinar a toda a população do Estado até o início do mês de agosto. Para ele, mesmo que outros estados como São Paulo e o Rio de Janeiro estejam em uma disputa pela liderança total da população, o título do primeiro lugar do país a vacinar todo mundo primeiro será obtido por Mato Grosso do Sul.

“Me desculpe o governador [João] Doria, que está fazendo uma disputa saudável com o prefeito do Rio de Janeiro, mas vamos ser o primeiro estado do país a vacinar nossa população. Estamos em uma competição saudável para salvar vidas com o Rio Grande do Sul, mas eu quero assumir que nós vamos ultrapassá-los tanto na D1 quanto na D2. Vamos não só no final de agosto, queremos no início de agosto ter imunizado toda a nossa população de Mato Grosso do Sul”, falou com otimismo. 

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), já deu várias declarações de que vai vacinar toda a população primeiro e afirmou que isso deve ocorrer até setembro. Porém, tanto Mato Grosso do Sul quanto outros estados do Brasil dependem do repasse de doses por parte do Ministério da Saúde, que tem sido feito a passos lentos. “Quero acreditar que isso será possível se tivermos as vacinas que estão sendo indicadas”, declarou Resende.

Por atraso na entrega de novos lotes, Campo Grande ficou cinco dias sem abrir o calendário de vacinação já que não havia doses no município. Ontem (18), uma nova remessa chegou a Mato Grosso do Sul com 70.160 doses, sendo 37.400 da CoronaVac e 32.760 da Pfizer. Com a chegada dessa remessa, foi possível ampliar o calendário e reabrir a vacinação na Capital para pessoas acima dos 49 anos e a segunda aplicação da CoronaVac para quem recebeu a primeira dose até o dia 2 de junho.

Retomada teve fila quilométrica

Como o novo lote de vacinas chegou na manhã de ontem (18) a Mato Grosso do Sul, a vacinação em Campo Grande só foi retomada no período da tarde. No drive-thru do Albano Franco a fila de carros ficou quilométrica, percorrendo quase dois quilômetros até a Rua Panajiotis Jean Kontos.

João Gilberto Araújo, de 49 anos, era o primeiro dessa fila. Chegou ao local às 8 horas da manhã, mas não se importou de ficar esperando por 6 horas. “Estamos vivendo com a pandemia há um ano e quase meses, se precisasse eu ficaria esperando pela vacina o dia inteiro”, disse. Ele estava ansioso pelo imunizante, já que perdeu quatro familiares para a COVID-19 e o irmão está internado por conta de complicações da doença. “Eu estou louco para me imunizar”, ressaltou.  

Na fila, a ansiedade e felicidade eram nítidas entre as pessoas que aguardavam pela dose de esperança. Sandro Fries, também de 49 anos, era uma delas. “Estou esperançoso para chegar mais perto do normal. Perdi amigos para a COVID-19”, enfatizou. 

As amigas Márcia Santos e Nilva Gomes, ambas de 49 anos, foram juntas tomar a vacina. As duas estavam felizes porque a vez delas havia chegado. “Estamos emocionadas. Da última vez, a hora que ia chegar na minha idade a vacina acabou”, disse Márcia. “Eu não via a hora, nem dormi essa noite de tão empolgada que eu estava”, contou Nilva.

Enquanto que no drive-thru do Albano France nem a fila quilométrica tirava a alegria dos que iriam ser vacinados, na USF (Unidade de Saúde da Família) Dr. Milton Kojo Chinen, na Vila Nasser, as pessoas que esperavam pela dose passaram momentos difíceis por conta da demora e de poucas fichas para a aplicação. 

Segundo Anagleiss Trindade, de 49 anos, que aguardava para ser vacinada, foram entregues apenas 50 fichas no local, mas a fila estava grande e muita gente foi embora sem vacina. “Só tem uma pessoa aplicando vacina, deram apenas 50 fichas e talvez vão dar mais dez, mas como não é certeza, tem gente que foi embora sem vacinar”, contou.

As unidades de saúde aplicam a vacina apenas até as 16h45, e Anagleiss conseguiu tomar a dose próximo do horário do encerramento, mas uma mulher que estava atrás dela teve de ir embora sem a dose. “Eu sou profissional da saúde e quanto abriu para o meu público fui tentar tomar a vacina no Ayrton Senna, mas quando ia chegar a minha vez, acabaram as vacinas. Hoje, acho que não vou conseguir de novo, nem ficha eu consegui”, disse Sara Lima, também de 49 anos. 

Ainda conforme Anagleiss, a gerente da unidade afirmou para ela que a situação ficou descontrolada por conta do sistema da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) que estava com problema. 

O que diz a Sesau?

O jornal O Estado questionou a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) quanto ao problema relatado na USF (Unidade de Saúde da Família) da Vila Nasser. Segundo a pasta, as unidades de saúde recebem um quantitativo de doses baseado na demanda da população, ou seja, aquelas unidades que têm por rotina uma procura maior recebem um quantitativo de doses ao passo que aquelas que têm um movimento mais tranquilo recebem outro. 

Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde pontuou que a capacidade de atendimento de cada um desses pontos de vacinação é limitada, por isso as senhas são liberadas. A recomendação é de que o paciente busque por outro local, dando preferência a um dos grandes polos, como os drive-thrus e o Guanandizão.

(Mariana Ostemberg e Michelly Perez)

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